O Presidente francês quer fechar o campo de refugiados em Calais e distribuir os milhares de migrantes que ali estão por centros espalhados pelo país. Este sábado, François Hollande apresentou pela primeira vez os detalhes do seu plano para o campo conhecido como a “Selva”: os migrantes terão quatro meses para pedir asilo.

O Governo tem sido criticado pelas condições em Calais, que o Presidente reconhece serem “inaceitáveis”. E promete que a França não será um país “onde se encontrarão acampamentos” de migrantes, cita a AFP. Hollande respondeu assim às críticas da direita sobre o projecto do Governo socialista de distribuição dos migrantes.

“A nossa vontade é desmantelar totalmente Calais e poder ter centros de acolhimento e orientação repartidos pelo conjunto do território”, afirmou durante uma visita a um desses estabelecimentos em Tours, no Centro-oeste do país.

O Governo promete desmantelar “antes do Inverno” o campo de Calais, onde vivem em condições precárias entre 7000 e 10.000 pessoas (os números variam segundo as fontes). A maioria pretende entrar no Reino Unido, no lado oposto do canal da Mancha. Pedindo asilo em França, teriam de permanecer naquele país.

“Queremos acolher de forma humana, digna, as pessoas que vão fazer os seus pedidos de asilo”; os outros “serão acompanhados [à fronteira]. É a regra e eles conhecem-na perfeitamente”, sublinhou o chefe de Estado, que referiu que a França acolherá este ano apenas 80 mil pedidos, contra um milhão na Alemanha.

A “Selva” tornou-se um símbolo poderoso do falhanço da Europa em lidar com a crise vinda de África e Médio Oriente, adianta a BBC.

Metade do campo foi desmantelado no início deste ano, mas com a questão da imigração a prometer marcar a agenda das eleições em França no próximo ano, Hollande fará questão em assegurar o encerramento da outra parte, continua a estação britânica.