• Sophia de Mello Breyner Andresen

    1969

    Sophia de Mello Breyner Andresen

    Sophia de Mello Breyner Andresen
    (documentário, curta-metragem)
    Realização e montagem: João César Monteiro
    Portugal, 1969 – 17 min

    Os primeiros filmes de João César Monteiro são logo reveladores do fôlego e da originalidade do realizador. Sophia…, muito marítimo e muito mediterrânico, supunha ele que fosse antes de mais “a prova, para quem a quiser entender, que a poesia não é filmável e não adianta persegui-la”. Fonte: Cinemateca Portuguesa

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  • Quem Espera por Sapatos de Defunto Morre Descalço

    1970/71

    Quem Espera por Sapatos de Defunto Morre Descalço

    Quem Espera por Sapatos de Defunto Morre Descalço
    (curta-metragem)
    Realização, argumento e montagem: João César Monteiro
    com Luís Miguel Cintra, Carlos Ferreira, Paula Ferreira, Carlos Porto, Nuno Júdice
    Portugal, 1971 – 33 min

    Exemplo do cinema que não se podia ver em Portugal antes de 25 de Abril de 1974 e que sofreu a imposição de cortes censórios que lhe impediram que estreasse, foi felizmente entendido por alguns na época como o grande filme que é (“É o filme mais português que vi até hoje… Não no sentido do Benfica. Mas no literal: aqui e agora”, Eduardo Guerra Carneiro, 1971). “Opaco, secreto como um búzio”, chamou-lhe César. Foi o primeiro filme de Luís Miguel Cintra, na personagem de Lívio, o mesmo nome da que interpretou 18 anos depois em Recordações da Casa Amarela, mandando João de Deus "ir e dar-lhes trabalho”. Fonte: Cinemateca Portuguesa

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  • Fragmentos de um Filme-Esmola

    1972

    Fragmentos de um Filme-Esmola

    Fragmentos de um Filme-Esmola
    Realização, argumento e montagem: João César Monteiro
    com Manuela de Freitas, João Perry, Dalila Rocha, Catarina Coelho, Fernando Luso Soares, Maria Clementina Monteiro, José Gabriel Trindade Santos; voz de Luís Miguel Cintra
    Portugal, 1972 – 72 min

    Também conhecido como A Sagrada Família e filmado em 16mm, som directo e longos planos-sequência, foi durante muito tempo um filme invisível. Um filme de reflexos e desvarios, que é obrigatório (re)descobrir. Fonte: Cinemateca Portuguesa

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  • Que Farei Eu Com Esta Espada?

    1975

    Que Farei Eu Com Esta Espada?

    Que Farei Eu Com Esta Espada?
    Realização e montagem: João César Monteiro
    Portugal, 1975 – 66 min

    Com a forte marca de autor que ao quarto filme já se lhe reconhecia, Que Farei… alimentou discussões e polémicas na altura da sua estreia. No auge do período revolucionário, César filma uma espada a apontar para o mar, coloca uma interrogação no título do filme e convoca Murnau (a que haveria de voltar em Recordações da Casa Amarela), rimando NATO com Nosferatu. Fonte: Cinemateca Portuguesa

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  • Veredas

    1977

    Veredas

    Veredas
    Realização, argumento e montagem: João César Monteiro
    com Margarida Gil, António Mendes, Carmen Duarte, Francisco Domingues, Manuela de Freitas, Luís Sousa Costa
    Portugal, 1977 – 120 min

    João César Monteiro inspirou-se numa série de lendas e mitos populares portugueses para “fabricar” (como ele afirma no genérico) um filme que é uma reflexão sobre as nossas raízes culturais. É um magnífico filme, que dialoga com outros momentos da obra do realizador (Silvestre, por exemplo) e com outros títulos fundamentais da cinematografia portuguesa da década de setenta, como TRÁS-OS-MONTES de António Reis e Margarida Cordeiro. Fonte: Cinemateca Portuguesa

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  • A Mãe

    1978/79

    A Mãe

    A Mãe
    (curta-metragem)
    Realização e argumento: João César Monteiro
    Com Hermínio Rebelo, Fernando Lavrador, Deolinda Gonçalves, Teresa Café, Elza Ferreira
    Portugal, 1979 – 27 min

    Os três filmes de João César Monteiro para a série televisiva “Contos Tradicionais Portugueses”, de 1978: O Amor das Três Romãs, Os Dois Soldados e A Mãe (também conhecido como O Rico e o Pobre), todos com fotografia de Manuel Costa e Silva. Fonte: Cinemateca Portuguesa

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  • Os Dois Soldados

    1979

    Os Dois Soldados

    Os Dois Soldados
    Realização e argumento: João César Monteiro
    Elenco desconhecido
    Portugal, 1979 – 25 min

    Os três filmes de João César Monteiro para a série televisiva “Contos Tradicionais Portugueses”, de 1978: O Amor das Três Romãs, Os Dois Soldados e A Mãe (também conhecido como O Rico e o Pobre), todos com fotografia de Manuel Costa e Silva. Fonte: Cinemateca Portuguesa

  • O Amor das Três Romãs

    1979

    O Amor das Três Romãs

    O Amor das Três Romãs
    Realização e argumento: João César Monteiro
    Com Margarida Gil, Joana Oliveira, Sílvia Gomes Ferreira, Pedro José Ferreira, Maria Bénard da Costa
    Portugal, 1979 – 25 mim

    Os três filmes de João César Monteiro para a série televisiva “Contos Tradicionais Portugueses”, de 1978: O Amor das Três Romãs, Os Dois Soldados e A Mãe (também conhecido como O Rico e o Pobre), todos com fotografia de Manuel Costa e Silva. Fonte: Cinemateca Portuguesa

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  • Silvestre

    1981

    Silvestre

    Silvestre
    Realização, argumento e montagem: João César Monteiro
    com Maria de Medeiros, Teresa Madruga, Luís Miguel Cintra, Jorge Silva Melo, João Guedes
    Portugal, 1981 – 118 min

    É um clássico do cinema português moderno, um dos mais belos filmes do seu realizador, repositório de lendas e histórias tradicionais, de cores fortes, cenários pintados não realistas. O nome do protagonista reenvia a George Cukor (Sylvia Scarlett), a fábula reenvia a Guimarães Rosa e à Donzela que Vai à Guerra, o imaginário a alguma pintura flamenga e italiana. Com diálogos de João César Monteiro e Maria Velho da Costa, é também o filme que revelou Maria de Medeiros aos 17 anos. Fonte: Cinemateca Portuguesa

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  • À Flor do Mar

    1986

    À Flor do Mar

    À Flor do Mar
    Realização, argumento, diálogos e produção: João César Monteiro
    com Laura Morante, Philip Spinelli, Manuela de Freitas, Teresa Villaverde, Sérgio Antunes
    Portugal, 1986 - 143 min

    Imediatamente anterior a Recordações da Casa Amarela, À Flor do Mar marca o fim da primeira fase da obra de João César Monteiro. Uma estranha intriga que traz a uma praia algarvia um homem ferido chamado Robert Jordan (nome que é de imediato uma citação literária e cinéfila), a seguir a um atentado de que é alvo um dirigente palestiniano num hotel do Algarve, é recolhido por uma viúva italiana chamada Laura Rossellini. Um filme de luz mediterrânica e música clássica. Belíssimo. Fonte: Cinemateca Portuguesa

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  • Recordações da Casa Amarela

    1989

    Recordações da Casa Amarela

    Recordações da Casa Amarela
    Realização e argumento: João César Monteiro
    com João César Monteiro, Manuela de Freitas, Teresa Calado, Luís Miguel Cintra, Ruy Furtado, Henrique Viana, Sabina Sacchi
    Portugal, 1989 - 120 min

    “Uma comédia lusitana”, marca o nascimento de João de Deus, personagem cáustica e poética que só João César Monteiro poderia interpretar. À primeira vez, saído de um manicómio para divagar diletante por Lisboa e “dar­lhes trabalho”, João de Deus encanta-se com uma menina que toca clarinete, passa uma noite de amor sob o olhar de Stroheim em imagem pregada na parede em cima da cama da pensão e transfigura-se em criatura das trevas como Nosferatu no fim do filme. Fonte: Cinemateca Portuguesa

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  • Conserva Acabada

    1989

    Conserva Acabada

    Conserva Acabada
    (curta-metragem)
    Realização e argumento: João César Monteiro
    Com João César Monteiro, Alexandra Lencastre
    Portugal, 1989 – 12 min

    César anda às voltas com a preparação de um filme. Ao telefone com a RTP, a sua personagem garante: “Não… a encomenda sou eu”. Fonte: Cinemateca Portuguesa

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  • O Último Mergulho – Esboço de Filme

    1992

    O Último Mergulho – Esboço de Filme

    O Último Mergulho – Esboço de Filme
    Realização, argumento e diálogos: João César Monteiro
    Com Fabienne Babe, Henrique Canto e Castro, Francesca Prandi, Rita Balanco, Dinis Neto Jorge
    Portugal, 1992 – 85 min

    É o filme em que João César Monteiro filmou A Água, para uma série encomendada pela televisão sobre "Os Quatro Elementos". Três prostitutas, uma delas muda, e, de novo na obra de César, Lisboa, aqui sobretudo nocturna. Mas também há um campo de girassóis, um bando de flamingos e a aparição (não creditada) de João de Deus. A ante-estreia na Cinemateca teve lugar a 17 de Setembro de 1992, em sessão que deu muito que falar. Fonte: Cinemateca Portuguesa

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  • A Comédia de Deus

    1995

    A Comédia de Deus

    A Comédia de Deus
    Realização e argumento: João César Monteiro
    com Max Monteiro/João César Monteiro, Manuela de Freitas, Cláudia Teixeira, Raquel Ascensão, Gracinda Nave
    Portugal, 1995 - 165 min

    Segunda parte da saga de João de Deus, a personagem criada por César Monteiro em Recordações da Casa Amarela, agora gerente do “Paraíso do Gelado” e inventor da especialidade da casa, o gelado “Paraíso”. Recordações terminava no esgoto, A Comédia de Deus começa pelas estrelas. Como o anterior, A Comédia… é um filme corrosivo e sacral, entre galáxias e uma coleção de pelos púbicos femininos guardados num álbum chamado Livro dos Pensamentos. Fonte: Cinemateca Portuguesa

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  • Lettera Amorosa

    1995

    Lettera Amorosa

    Lettera Amorosa
    (curta-metragem)
    Realização: João César Monteiro
    Com Max Monteiro/João César Monteiro e Cláudia Teixeira
    Portugal, 1995 – 5’30’’

    Três curtas-metragens do mesmo ano (Lettera Amorosa, Passeio com Johnny Guitar e O Bestiário ou o Cortejo de Orfeu), a mesma personagem e o mesmo cenário de A Comédia de Deus Fonte: Cinemateca Portuguesa

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  • Passeio com Johnny Guitar

    1995

    Passeio com Johnny Guitar

    Passeio com Johnny Guitar
    (curta-metragem)
    Realização: João César Monteiro
    Com Max Monteiro/João César Monteiro
    Portugal, 1995 – 5’30’’

    Três curtas-metragens do mesmo ano (Lettera Amorosa, Passeio com Johnny Guitar e O Bestiário ou o Cortejo de Orfeu), a mesma personagem e o mesmo cenário de A Comédia de Deus Fonte: Cinemateca Portuguesa

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  • O Bestiário ou o Cortejo de Orfeu

    1995

    O Bestiário ou o Cortejo de Orfeu

    O Bestiário ou o Cortejo de Orfeu
    (curta-metragem)
    Realização: João César Monteiro
    Com Max Monteiro/João César Monteiro e Raquel Ascenção
    Portugal, 1995 – 7 min

    Três curtas-metragens do mesmo ano (Lettera Amorosa, Passeio com Johnny Guitar e O Bestiário ou o Cortejo de Orfeu), a mesma personagem e o mesmo cenário de A Comédia de Deus Fonte: Cinemateca Portuguesa

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  • Le Bassin de J.W.

    1997

    Le Bassin de J.W.

    Le Bassin de J.W.
    Realização e argumento: João César Monteiro
    com: Max Monteiro/João César Monteiro, Pierre Clémenti, Hugues Quester, Joana Azevedo, Jean Watan
    Portugal/França, 1997 - 134 min

    Um filme que é, em simultâneo, um dos mais “duros” e um dos mais ricos de João César Monteiro. A sequência de abertura é genial: a representação de uma peça de Strindberg filmada em longuíssimo plano-sequência, prenúncio de uma obra plena de sensualidade formal. O encenador da peça é Jean de Dieu e encontra um sósia do actor que encarnou a figura de Deus (Max Monteiro), e se apresenta como um lobo de mar que na reforma persegue um sonho de infância em que John Wayne “mexe maravilhosamente a bacia no Pólo Norte”. E é no Pólo Norte que Le Bassin de J.W. termina com personagens em fuga de um país descrito como “esta piolheira”. Fonte: Cinemateca Portuguesa

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  • As Bodas de Deus

    1998

    As Bodas de Deus

    As Bodas de Deus
    Realização e argumento: João César Monteiro
    com Rita Durão, João César Monteiro, Joana Azevedo, José Airosa, Manuela de Freitas, Luís Miguel Cintra
    Portugal, 1998 - 150 min

    É o último filme da trilogia de João de Deus. No princípio, quando tudo parece perdido, duas sombras, as de Deus e do Enviado de Deus, encontram-se num parque solitário e uma mala cheia de dinheiro transforma o vadio João de Deus num distinto e milionário Barão… o que não o impede de acabar a cumprir pena na prisão, para onde é atirado por uma mulher que lhe rouba o "rico dinheirinho". E é na cela de prisão que tem lugar uma das mais arrepiantes sequências de As Bodas…, com João de Deus agarrado às grades numa desesperada fruição de Puccini. Outra, magnífica, é a da refeição de cozido no convento com João de Deus e a Madre Bernarda. O fim da comédia é anunciada no fim do filme por Joana, jovem resgatada das águas a quem, na prisão, João de Deus cita Bresson: “Que estranho caminho tive que percorrer para chegar até ti”. Fotografia de Mário Barroso. Fonte: Cinemateca Portuguesa

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  • Branca de Neve

    2000

    Branca de Neve

    Branca de Neve
    Realização: João César Monteiro
    Com Maria do Carmo, Reginaldo da Cruz, Ana Brandão, Luís Miguel Cintra, Diogo Dória, João César Monteiro (vozes)
    Portugal, 2000 - 75 min

    Adaptação de uma peça de Robert Walser que retoma o conto dos irmãos Grimm: salva pelo beijo do Príncipe ao sono das trevas, Branca de Neve confronta a madrasta e o caçador que esta incita a apunhalar a enteada. João César Monteiro deixou a tela quase sempre negra, com raras imagens de outra cor e as imagens sonoras (as vozes dos actores). Na altura deu brado e foi o escândalo, mas já não vale a pena voltar a ele. Vale a pena é voltar a ver Branca de Neve,, outra vez e outra vez, no escuro da sala, no quarto escuro. Fonte: Cinemateca Portuguesa

  • Vai e Vem

    2003

    Vai e Vem

    Vai e Vem
    Realização e argumento: João César Monteiro
    com João César Monteiro, Rita Pereira Marques, Joaquina Chicau, Manuela de Freitas, Lígia Soares, José Mora Ramos, Rita Durão, Maria do Carmo Rolo, Miguel Borges, Rita Loureiro
    Portugal, 2003 - 175 min

    João Vuvu é a última personagem de João César Monteiro. Como ele próprio disse: “salva­guardadas as devidas diferenças, há duas referências cinematográficas marcantes: The Fatal Glasse of Beer de W.C. Fields e Monsieur Verdoux de Charles Chaplin”. A sinopse também esclarece que “pouco ou nada sociável, o senhor João Vuvu efectua diariamente o seu passeio no autocarro nº 100, repetindo infatigavelmente o mesmo trajecto: no sentido ascendente entre a Praça das Flores e o Jardim do Príncipe Real e, no sentido descendente, até ao ponto de partida e subsequente regresso a casa”. Tudo e nada dito sobre o último filme de César Monteiro, com mais sombras e mais em contra-luz do que qualquer dos anteriores. Filme de despedida, filme ritual e iniciático. Um último plano inesquecível, com um olho em grande plano longamente filmado a encarar de frente o espectador. Uma obra-prima absoluta. Fonte: Cinemateca Portuguesa

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