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A verdadeira experiência do mundo
O Boom é o mais alternativo dos festivais de música que se organizam em Portugal. O que se faz num festival assim?
Nos últimos anos tornou-se um cliché. Todos os festivais de música querem ser diferentes. Todos querem ser uma experiência. Todos querem ser únicos. Sim, claro são todos diversos. E iguais, também. Dos que se realizam em Portugal o Boom Festival é aquele que tem a marca alternativa mais vincada na identidade. Pelo lado cénico do lugar, uma zona de grande extensão, junto a uma barragem, perto de Idanha-a-Nova. Pela filosofia, congregação de músicas electrónicas de dança, com destaque para o trance, com práticas artísticas e defesa de filosofias de vida alternativas. E pelo facto exótico de 90% do público provir de diversas partes do mundo, da Europa à Austrália.
O que se faz num festival assim? Vive-se o acontecimento por dentro durante 24h, ao longo de uma semana — começou na 2ª feira, dia 4, prolongando-se até amanhã, dia 11. Ou seja, a experiência do Boom faz-se acampando no local, fazendo ioga, tomando banho na barragem, sociabilizando com pessoas das mais diversas latitudes, ouvindo música, dançando, interagindo com os recantos artísticos do espaço, improvisando momentos lúdicos com gente que até aí não se conhecia e partilhando conhecimentos em palestras e debates, onde se equacionam maneiras diferentes de coabitarmos todos juntos. Tudo isto com muitas cores garridas e psicadélicas à mistura. VÍtor Belanciano