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Pu+Ra HPE, o futuro da Lancia é tipicamente italiano
Em contagem decrescente para o relançamento da marca, a Lancia mostra como será o seu futuro, com a revelação de um concept que mostra a vontade de prestar um elogio à “experiência tipicamente italiana”.
Eléctrico, mas de design intemporal, tecnológico, mas com um habitáculo que ofereça a sensação de se estar em casa. Assim é o concept que anuncia a nova era da Lancia, com o relançamento em seis mercados, Portugal incluído, e que se inspirou no mundo do mobiliário, através de uma parceria com a Cassina, “para uma experiência tipicamente italiana”.
O Pu+Ra HPE, explica o CEO do emblema, Luca Napolitano, “resume a nossa forma de conceber e experienciar carro” e os três modelos que serão lançados nos próximos cinco anos, a começar pelo novo Ypsilon, em 2024, serão inspirados nesta abordagem.
Para começar, o conceito é proposto com autonomia para mais de 700 quilómetros, anulando a ansiedade associada à condução em modo 100% eléctrico, e equipado com a interface virtual S.A.L.A. (Sound Air Light Augmented), tornando-se a Lancia a primeira marca da Stellantis a adoptar as tecnologias Chameleon e TAPE (Tailored Predictive Experience), que centralizam as funções de áudio, climatização e iluminação.
Por fora, o “Pu+Ra HPE é a evolução natural de Lancia Pu+Ra Zero”, com muitas das características da escultura tridimensional revelada em Novembro, incluindo códigos que remetem para a pureza das linhas, ao mesmo tempo que os volumes conferem o aspecto radical ambicionado — Pu+Ra pretende conjugar os termos “puro” e “radical”. Já HPE, sigla usada pela primeira vez nos anos 70 do século passado no Lancia Beta para High Performance Estate, significa agora High Performance Electric.
O modelo também obedece à vontade da Lancia em se inspirar no passado para apontar para o futuro, nomeadamente nas tonalidades escolhidas: verde pelos valores de sustentabilidade com que quer vingar no futuro, e o azul, que presta homenagem à histórica e intemporal Lancia Flaminia Azzurro Vincennes. Já as linhas, que lembram clássicos com o Aurelia e o Flaminia ao mesmo tempo que exibem a importância da aerodinâmica, ou a traseira onde se revela uma referência ao Lancia Stratos, contribuem para esse diálogo entre o antes e o depois.
Por dentro, a Lancia quis evidenciar a herança italiana, celebrando a indústria nacional de mobiliário, compondo uma arquitectura fluida. Os assentos dianteiros, inspirados nas poltronas Cassina, destacam-se pelas proporções, enquanto as mesas redondas, na consola central e mesmo no painel de instrumentos, transformam a forma como se vive o interior do carro, que beneficia de muita luminosidade graças às grandes superfícies vidradas.
A sustentabilidade proposta com este concept, afiança a marca, está em linha com os valores declarados no plano estratégico de dez anos da Lancia, com 70% das superfícies tácteis feitas com materiais ecossustentáveis e com o foco em manter o desperdício o mais baixo possível.