França
As marés vivas do Mont-Saint-Michel
De vez em quando, o mar galga o icónico "monte" e é então que volta a transformar-se numa ilha. Um fenómeno que atrai milhares de turistas. É uma das paragens da viagem à Normandia na Fugas.
A história mítica do Mont-Saint-Michel, no litoral da Normandia, tem já mais de dez séculos. Mas as marés vivas da baía que rodeia este rochedo separando-o do continente têm o tempo da evolução da Terra. Para o nosso tempo, o tempo do homem, a natureza manteve esse fenómeno que é uma das atracções no roteiro do turismo em França: a dança do mar do Canal da Mancha, que na maior parte do tempo faz da baía um aprazível lugar de passeio e de diversão, mas também de silêncio, de descoberta e de maravilhamento perante a paisagem envolvente.
Os visitantes e turistas juntam-se e dispersam-se, sozinhos ou em grupos acompanhados por guias, em volta do Mont-Saint-Michel. Há peregrinos, exploradores isolados, mochila às costas, em busca dos segredos do fundo do mar; há famílias, pais e filhos, casais, namorados, muitos jovens, alguns a cavalo, serpenteando pela imensa superfície e que, vistos do cimo do monte, mais parecem carreiras de formigas humanas.
Até que, em momentos específicos – meia centena de vezes por ano, duas vezes por dia, por altura da Lua Nova e da Lua Cheia – o mar, qual “cavalo a galope”, galga esse lugar, com vagas que podem atingir os 15 metros de altura, e volta a transformar o monte numa ilha. Nessas horas, o acesso à “praia” e mesmo ao próprio monte fica vedado aos visitantes. Mas estes não deixam de aí acorrer para continuar a acompanhar, ao vivo, uma das marés mais vivas da Europa. E a festa da natureza continua. E vale a pena. S. C. A.