Óbito
David Bowie: o imortal morreu
A notícia apanhou-nos de surpresa pela manhã, até porque ainda agora o tínhamos visto renascer em "Blackstar", o álbum que o músico inglês lançou na passada sexta-feira, 8 de Janeiro, no seu 69.º aniversário. Dias depois, a derradeira despedida: "10 de Janeiro de 2016: David Bowie morreu tranquilamente hoje, rodeado pela sua família, após uma corajosa batalha contra o cancro durante 18 meses", refere a nota publicada nas páginas oficiais do Facebook e do Twitter. Era o homem das mil caras como mostra esta pequeníssima recolha da agência Reuters, um ícone maior da cultura popular. O cliché "camaleão" colou-se à pele. Desde os anos 1970 foi Ziggy Stardust, Aladdin Sane ou Thin White Duke. Foi mod, hippie ou glam-rocker. Augurou o punk, inspirou-se na electrónica alemã nos anos 1970, beneficiou da euforia provocava pela MTV nos anos 1980 e juntou-se à vaga dançante nos anos 1990. Era um daqueles que, de tão fora deste tempo, sempre julgáramos imortal. Certamente o será: 26 ábuns de estúdio, nove álbuns ao vivo, três bandas-sonoras, uns quantos EP's, mais de uma centena de singles. Também o vimos no cinema, também o conhecemos no museu, em 2013, quando o Victoria & Albert de Londres fez uma retrospectiva da sua carreira, o mesmo ano em que regressou de sobressalto ao activo com o álbum "The Next Day". Nunca parou de deixar a sua marca e de influenciar o mundo. Às tantas, até já nos teria dado pistas do que estaria para acontecer. No novíssimo videoclipe de "Lazarus", realizado por Johan Renck, surgia de corpo magro e envelhecido, deitado numa cama de hospital. E, na letra, uma serena mensagem: "Look up here, I'm in heaven / I've got scars hat can't be seen /I've got drama, can't be stolen / Everybody knows me now. (...) Oh I'll be free / Just like that bluebird."
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