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“Propaganda”: o ano mais gay da vida de Joana Estrela

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A páginas tantas, uma exclamação: "I can't believe I'm going to my first lesbian party ever and it will be in the most homophobic country in the European Union." Traduza-se: "Não acredito que vou à minha primeira festa lésbica de sempre, e logo no país mais homofóbico da União Europeia." A cidade de Vilnius, capital da Lituânia, é assim, "cheia de coisas aparentemente contraditórias" — a ilustradora Joana Estrela decidiu contá-las no diário gráfico "Propaganda", em que relata o seu dia-a-dia como voluntária na Liga Gay Lituana entre 2012 e 2013. Quando chegou, foi um "choque", conta, por e-mail ao P3. "Apercebi-me que havia coisas que eu antes dava por adquiridas (como poder afixar na rua um poster para um evento LGBT) que lá são muito mais difíceis de concretizar." Não é "completamente incomum", diz, que jornalistas perguntem se "necrófilos e pedófilos" se vão juntar à marcha do Baltic Pride. E, por outro lado, há uma legislação, semelhante à russa, que "valida a ideia de que ter acesso a informação sobre minoriais sexuais é prejudicial para as crianças". Por isso, e como se lê na contracapa, o activismo ainda passa por divulgar a mensagem que ser gay não é uma doença, uma moda, ou uma tendência ocidental. Por outro lado, a Lituânia tem uma "comunidade LGBT pequena, mas muito motivada, um debate público sobre o assunto que é muito alargado e um monte de coisas que valem a pena celebrar". No "ano mais gay" da sua vida, Joana Estrela também viu uma "biblioteca encher-se de pessoas para verem uma sessão de poesia 'queer'", assistiu a concertos de "bandas ucranianas de 'queercore' numa 'squat punk'", foi a sessões de cinema LGBT que "ficavam tão cheias que era preciso ir buscar cadeiras". Tudo isto é contado em "Propaganda", livro editado pela Plana, que é apresentado esta quinta-feira, 22 de Maio, às 22h30, no Maus Hábitos, no Porto. AR