Fotografia
Nanismo: anões e extensões, discriminação e integração
Hipocondroplasia (uma forma de nanismo) afecta uma em cada vinte mil pessoas. Segundo o autor deste projecto fotográfico, Emanuele Satolli, a sociedade italiana discrimina indivíduos portadores de nanismo, impedindo a sua integração. A cirurgia de extensão óssea aparece então como uma alternativa cada vez mais popular para todos os indivíduos de baixa estatura que pretendem ganhar alguns centímetros e a chance de uma vida social normal. A intervenção consiste na divisão dos ossos (fémur e tíbia e úmero) e na aplicação de um dispositivo que controla a distância entre as duas extremidades. O próprio osso vai criando matéria de preenchimento da fissura. Quem adopta este método cresce um milímetro por dia. É extremamente doloroso, prende o paciente — temporariamente — a uma cadeira de rodas, mas propicia um crescimento permanente que pode chegar aos 20 centímetros. Os médicos apontam vantagens: uma melhor auto-imagem e auto-estima, claros benefícios em termos de autonomia. Para os indivíduos portadores de Hipocondroplasia, o principal móbil para o início do penoso processo de crescimento é a possibilidade de uma melhor integração social. O resultado são, em média, três anos de sofrimento diário, cicatrizes profundas e adaptação da sua imagem corporal à norma. Não existem ainda intervenções cirúrgicas para a correcção da intolerância e da discriminação, pelo que a resposta médica ao nanismo continua a ser o caminho mais viável à integração deste grupo na sociedade. Ana Marques Maia