Pela primeira vez desde 2010, a taxa de desemprego mensal fixou-se abaixo dos 12%. De acordo os dados definitivos divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em Abril o desemprego ficou nos 11,6%, taxa que se manteve em Maio.

É preciso recuar até a Abril de 2010 para encontrar uma taxa mensal inferior aos 12%. As séries do INE mostram que nesse mês a taxa foi de 11,9% e que daí em diante registou uma trajectória ascendente até atingir o seu máximo histórico de 17,4% em Janeiro de 2013. A inversão desta tendência ocorreu logo no mês seguinte, tendo baixado a barreira dos 13% em Abril de 2015.

Olhando apenas para os dados de Maio de 2016 - que ainda são provisórios - o INE dá conta de uma estabilização da taxa de desemprego face a Abril e de uma diminuição de 0,8 pontos percentuais em comparação com o ano passado (12,4%).

Em Maio, havia 587.400 pessoas desempregadas, menos 0,9% do que no mês anterior. O instituto estatístico destaca o decréscimo mensal na população desempregada entre os 15 e os 24 anos (menos 6,8%) e feminina (menos1,6%). Já a população desempregada de homens “manteve-se praticamente inalterada face ao mês anterior e a população desempregada de adultos aumentou (0,5%)”, refere a nota divulgada pelo INE.

A taxa de desemprego dos jovens situou-se em 28,6% e diminuiu 1,2 pontos percentuais em relação ao mês precedente.

Estas estimativas mensais de Maio são provisórias, têm em conta a população dos 15 aos 74 anos e são ajustadas de sazonalidade. Se não se tiver em conta o efeito no mercado de trabalho das actividades sazonais, a taxa de desemprego em Maio foi de 11,3%.

População empregada recua

O INE dá ainda conta de um recuo na população empregada entre Abril e Maio, depois de ter aumentado nos meses anteriores. A população empregada era de 4,479 milhões de pessoas, tendo diminuído 0,6% em relação ao mês anterior (menos 26.700 pessoas) e 0,3% face a 2015 (menos 13.900).

Há um recuo em cadeia do emprego em todos os grupos analisados, refere o instituto. Nos adultos registou-se uma diminuição de 22.500 pessoas, havia menos 21.300 mulheres empregadas, menos 5400 homens e a população empregada jovem teve uma redução de 4100 pessoas.

Os dados de Maio devem ser analisados com cautela, uma vez que têm carácter provisório e só em Julho se conhecerá o número final. Além disso, não podem ser confundidos com as estatísticas trimestrais do mercado de trabalho, divulgadas igualmente pelo INE, mas que se centram num universo diferente de inquiridos.