O leviatã do cinema sensorial no Porto/Post/Doc 2016

Datas oficiais da terceira edição do Porto/Post/Doc são de 26 de Novembro a 4 de Dezembro.

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O Cinema Novo, sobre cinema novo será apresentado em ante-estreia antes da chegada às salas
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O Cinema Novo, sobre cinema novo será apresentado em ante-estreia antes da chegada às salas

Reserve-se, então, na agenda: 26 de Novembro a 4 de Dezembro, datas oficiais da terceira edição do Porto/Post/Doc, o festival de cinema que desde 2014 aterrou no Rivoli e no Passos Manuel e aposta num olhar mais atento sobre a nova vaga da produção documental.

“Cinemas do real”, “documentários de criação”, “não-ficção”, chame-se-lhe o que quiser – é aí que o festival lançado por Dario Oliveira, “trânsfuga” do Curtas Vila do Conde, e co-dirigido por Daniel Ribas e Sérgio Gomes, quer estar. Este ano, vai estar de modo particularmente importante, com um foco/destaque/carta branca do Sensory Ethnography Lab (SEL), o departamento da Universidade de Harvard que tem estado na vanguarda da experimentação nos “cinemas do real”.

Foi sob os auspícios do SEL, dirigido por Lucien Castaing-Taylor, que foram rodados os olhares “imersivos” sobre um barco de pesca em alto mar (Leviathan, de Véréna Paravel e Castaing-Taylor, vencedor do IndieLisboa em 2013), um jardim de Chengdu (People’s Park, de Libbie Dina Cohn e J. P. Sniadecki) os caminhos-de-ferro chineses (The Iron Ministry, de J. P. Sniadecki) ou um teleférico nepalês (Manakamana, de Stephanie Spray e Pacho Velez). As produções do SEL têm marcado presença regular no DocLisboa, mas será (salvo erro ou omissão) a primeira vez que a sua obra será encarada como um todo em Portugal; como Oliveira confirmou em curta conversa com o PÚBLICO, Paravel e Castaing-Taylor vão estar no Porto a acompanhar esta vertente da programação, que será completada por uma série de debates e fóruns sobre a ideia do “cinema sensorial”.

Em paralelo, a edição 2016 do Porto/Post/Doc irá contar com uma retrospectiva do documentarista brasileiro Eryk Rocha, filho do lendário Glauber Rocha e autor do aclamado filme-ensaio sobre o Cinema Novo brasileiro estreado este ano em Cannes, Cinema Novo (apresentado em antestreia antes da chegada às salas em data a anunciar através da Midas Filmes); e com a exibição de Eldorado XXI, o olhar imersivo sobre a comunidade mineira peruana de La Rinconada estreado por Salomé Lamas no Forum de Berlim, filme que tem mais pontos de contacto com o trabalho do SEL do que pareceria à primeira vista.

Com o programa oficial ainda em processo de construção, mas avançando desde já o lançamento de um “mini-Doc” dirigido a públicos mais jovens e a possibilidade de alargar o certame a outros recintos, Dario Oliveira sublinhou o interesse em continuar a revelar o trabalho documental do pioneiro independente americano Lionel Rogosin, iniciado na edição 2015 com a exibição da versão restaurada de On the Bowery. O encontro fica desde já marcado para os locais do costume – Rivoli, Passos Manuel e Maus Hábitos – a 26 de Novembro.<_o3a_p>

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