"Código Da Vinci" na lista dos livros proibidos pelo Vaticano

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"Não leiam e não adquiram o 'Código Da Vinci'", afirmou o cardeal Tarcisio Bertone aos microfones da Rádio Vaticano, considerando que não se faz um romance "mistificando factos históricos, dizendo mal ou difamando uma personagem histórica que tem o seu prestígio e a sua reputação na história da Igreja e da humanidade".

Bertone, um dos possíveis sucessores de João Paulo II, falava à margem de uma conferência sobre o livro de Dan Brown prevista para amanhã à noite no seu arcebispado em Génova, no norte de Itália.

Para o cardeal, a divulgação do romance entre os jovens é "um facto verdadeiramente doloroso e terrível", lamentando a existência da ideia de que o "livro deve ser lido para compreender toda a dinâmica da história e todas as manipulações que a Igreja cometeu".

Bertone explica que o Vaticano, ao dar-se conta da divulgação do "Código Da Vinci" nas escolas, tomou medidas "para abrir uma reflexão pública" sobre a obra, denunciando, desde já, a operação de "marketing" que envolve o livro e ajuda à divulgação de "um castelo de mentiras".

O livro, que está a ser adaptado para cinema, está nas livrarias desde 2003, tendo sido vendidos pelo menos 20 milhões de exemplares em todo o mundo.

No centro da polémica da obra está a filha de Jesus, que terá nascido de uma união com Maria Madalena, e a sua descendência. Segundo a obra de Dan Brown, a Igreja Católica tentou por todos os meios, ao longo da História, esconder essa verdade, no sentido de preservar o carácter divino de Jesus.

No romance, a Opus Dei é apresentada como uma das personagens perversas da intriga.

As referências ao Santo Graal e aos símbolos escondidos nas principais obras de Leonardo da Vinci valeram a Dan Brown a acusação, não apenas da Igreja Católica, de ter deformado a realidade hsitórica.

No seu sítio online, o escritor sublinha que a sua obra "é um romance e por essência um livro de ficção". Dan Brown defende-se de ter escrito um livro anti-cristão e sustenta que se esforçou "para fazer uma descrição o mais equilibrada possível da Opus Dei".

A Congregação para a Doutrina da Fé, da qual o cardeal Bertone foi secretário durante vários anos, ficou responsável pela actualização regular do "index de livros interditos" (Index librorum prohibitorum) da Igreja Católica. Um dos últimos escritores a entrar na lista foi o italiano Alberto Moravia.

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