Uma influencer australiana, de 34 anos, foi acusada de torturar a filha bebé e de tirar fotografias dela em “imenso sofrimento e dor” para obter donativos, avança a BBC. É também acusada de administração de veneno, fabrico de material de exploração infantil e fraude​ no valor de 60 mil dólares australianos (36.230€). A mulher deverá ser presente a tribunal nesta sexta-feira.

A mãe de Queensland foi detida em Logan, a sul de Brisbane, nesta quinta-feira, especifica a Australian Broadcasting Corporation (ABC), depois de, em Outubro, a bebé ter dado entrada num hospital, onde o pessoal médico soou o alarme à polícia de que algo se passava. Enquanto isso, a australiana relatava a batalha da sua filha contra uma doença terminal nas redes sociais, apelando a donativos.

A polícia alega que, entre 6 de Agosto e 15 de Outubro do ano passado, a mulher deu medicamentos à sua filha de um ano sem prescrição médica, tendo “feito de tudo para obter medicamentos não autorizados”, recorrendo até a medicação antiga receitada a outra pessoa da casa. Depois de os administrar, a mulher tirava fotografias e fazia vídeos da sua filha em “imensa dor e angústia” para “atrair donativos monetários e seguidores online”.

“Temos estado a falar com a GoFundMe e sei, através dos meus investigadores, que eles estão a tentar devolver o dinheiro às pessoas que o doaram”, afirmou o detective Paul Dalton, da polícia de Queensland​​. No total, foram doados cerca de 60 mil dólares australianos. “Não há palavras para descrever o quão repulsivos são crimes desta natureza”, desabafou o inspector aos jornalistas na quinta-feira.

Entretanto, um porta-voz da GoFundMe disse à ABC que a empresa esteve em “contacto estreito” com a polícia durante a investigação e que está a proceder à devolução dos donativos. “Estão a ser emitidos reembolsos a todos os doadores, como parte do nosso compromisso contínuo de proteger a generosidade dos australianos.”