Hugh Grant entrevista Renée Zellweger sobre regresso de Bridget Jones
Zellweger está na capa da Vogue britânica com uma entrevista feita por Grant, o seu co-protagonista no novo filme que acompanha Bridget Jones depois de ter ficado viúva.
Renée Zellweger está na capa da revista Vogue britânica para assinalar o regresso de Bridget Jones. Mas quem faz a entrevista à actriz não é um jornalista, mas, nada mais, nada menos, do que o co-protagonista Hugh Grant. Num autêntico encontro de velhos amigos, os dois sentam-se para conversar sobre a fama, a representação e o legado de Bridget Jones, reflectindo sobre a actualidade (ou falta dela) da personagem original de 2001 baseada nos romances de Helen Fielding.
“Não se tinha valor como mulher se não se fosse casada e se não se constituísse família a partir de uma certa idade. Mas não me parece que as mulheres da minha idade estejam a impor isso às suas filhas”, reflecte a actriz, questionada por Grant. Já o actor não deixa escapar o facto de que a relação dos seus personagens — ele era Daniel, o “chefe dela, a explorar a sua posição poderosa” — seria motivo hoje para uma queixa por assédio.
Grant avisou a entrevistada de que iria fazer questões “pessoais e intrusivas” e começa por lhe perguntar se lhe dá presentes mais generosos a ele ou a Colin Firth (que dava vida a Mark Darcy, o outro interesse romântico de Bridget Jones, com quem viria a ficar no fim do primeiro filme). Depois, ambos falam sobre a polémica de ter sido uma norte-americana a actriz escolhida para dar vida à solteirona britânica. “A texana Renée gosta de estar sozinha, com roupas esfarrapadas, com os cães, a percorrer o país e a ir ao veterinário, a limpar o quintal ou a plantar e a podar coisas”, comenta, confessando que foi preciso uma treinadora de voz para conseguir ter um sotaque britânico.
Agora teve de recuperar o sotaque para Bridget Jones: Louca Por Ele, depois de ter feito um hiato prolongado da representação. “Porquê?”, questiona-lhe Hugh Grant. “Porque precisava de o fazer. Estava farta do som da minha própria voz”, declara. E continua: “Quando estava a trabalhar, dizia: ‘Meu Deus, ouve o que estás a dizer. Estás triste outra vez, Renée? Oh, esta é a tua voz de louca?’ Era uma regurgitação das mesmas experiências emocionais.”
Grant questiona-a então sobre o que fez durante esses seis anos, entre 2010 e 2016, em que desapareceu de Hollywood. “Nada?”, provoca o actor. Renée Zellweger passa então a enumerar tudo o que conquistou durante esse tempo: “Escrevi música e estudei Direito Internacional. Construí uma casa, salvei um par de cães velhos, criei uma parceria que deu origem a uma empresa de produção, defendi e angariei fundos para um amigo doente e passei muito tempo com a minha família e os afilhados e viajei pelo país com os cães.”
No fundo, garante, ficou “saudável” para poder voltar ao cinema. E garante ainda ter conseguido a proeza de nunca procurar o seu nome no Google. “Nem tenho Twitter”, declara, acrescentando que “não quer saber” o que dizem sobre os filmes que faz e que tenta não ler as críticas. “O filme está feito”, insiste a vencedora de dois Óscares.
Em Bridget Jones: Louca Por Ele, Renée Zellweger interpreta pela quarta vez a mesma personagem, mas, desta feita, Jones tem já 50 anos e ficou viúva. Mark Darcy foi morto numa missão humanitária no Sudão e Bridget Jones fica com dois filhos para criar. É então que regressa o antigo namorado, Daniel Cleaver (Hugh Grant). O resto fica para descobrir nas salas, às quais deverá chegar a 13 de Fevereiro.