Rússia lança ataque aéreo em resposta a bombardeamentos ucranianos da véspera
A electricidade foi cortada em várias regiões ucranianas por causa dos bombardeamentos. Na véspera, Kiev realizou o que descreveu como o maior ataque aéreo contra alvos no território russo.
A Rússia lançou um bombardeamento maciço na madrugada desta quarta-feira que danificou o sistema energético ucraniano, um dia depois de as forças ucranianas terem realizado o maior ataque aéreo contra alvos no território russo desde o início do conflito entre os dois países.
A Força Aérea ucraniana emitiu um aviso de alerta para todo o país às primeiras horas da manhã desta quarta-feira, depois de ter recebido informações de que um grupo de bombardeiros estratégicos russos levantou voo de um aeródromo na região de Murmansk, segundo o Kyiv Post. Além disso, a Rússia disparou mísseis balísticos a partir de Belgorod, região que faz fronteira com a Ucrânia.
O principal impacto dos bombardeamentos fez-se sentir nas províncias mais ocidentais da Ucrânia, como Lviv ou Ivano-Frankivsk. Mas também houve explosões reportadas em Kharkiv, no Leste.
O Ministério da Defesa russo confirmou o ataque contra a infra-estrutura energética ucraniana, especificando que todos os alvos foram atingidos com sucesso.
A empresa ucraniana responsável pela rede eléctrica informou que iria proceder a cortes de electricidade de emergência em sete regiões. “Por causa do enorme ataque, o operador do sistema de transmissão está a aplicar restrições preventivas”, disse o ministro da Energia, German Galushchenko.
Também foram reportados cortes de energia por causa do ataque na cidade de Kherson, no sudeste.
“Em pleno Inverno, o alvo dos russos mantém-se inalterado: o nosso sector energético”, escreveu o Presidente ucraniano nas redes sociais, citado pela agência francesa AFP. “Entre os alvos estão as infra-estruturas de gás e as instalações de energia que garantem uma vida normal à população”. Zelensky é esperado em Varsóvia para um encontro com o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk.
Moscovo considera que o sistema energético ucraniano é um alvo militar legítimo, apesar de causar danos junto da população civil.
O ataque desta quarta-feira acontece um dia depois de a Ucrânia ter realizado o maior bombardeamento contra o território russo desde o início da guerra, há quase três anos. Foram atingidos paióis, fábricas químicas, e outros alvos em várias regiões russas.
Pelo menos nove aeroportos no centro e oeste da Rússia suspenderam temporariamente o tráfego aéreo e na região de Saratov as escolas encerraram.
"As forças de defesa ucranianas realizaram os ataques mais maciços contra alvos militares a uma distância de 200 a 1100 quilómetros no interior da Rússia", indicou o Estado-Maior Ucraniano.
Foi atingido um depósito de petróleo em Engels, que já tinha sido parcialmente destruído num outro ataque na semana passada, fábricas de produtos químicos usados com fins militares em Briansk e Tula, um depósito de gás no Tartaristão, um paiol na base aérea de Engels e uma refinaria de petróleo na mesma região, de acordo com as autoridades ucranianas.
A Rússia disse ter abatido mísseis de fabrico norte-americano ATACMS e britânico Storm Shadow e prometeu responder ao ataque ucraniano.