Trump e Putin planeiam encontro para discutir guerra na Ucrânia

“O Presidente Putin quer encontrar-se. Ele disse-o mesmo publicamente e temos de acabar com esta guerra”, afirmou o Presidente eleito dos EUA. Kremlin diz-se pronto para o diálogo.

Foto
Trump e Putin querem voltar a encontrar-se, mas ainda não há planos GRIGORY DUKOR / REUTERS
Ouça este artigo
00:00
02:59

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

O Presidente eleito norte-americano, Donald Trump, e o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, planeiam um encontro com vista a “acabar com a guerra” na Ucrânia, anunciou Trump antes de uma reunião com governadores republicanos na sua residência de Mar-a-Lago, no estado da Florida.

“O Presidente Putin quer encontrar-se. Ele disse-o mesmo publicamente e temos de acabar com esta guerra. É uma confusão sangrenta”, afirmou o Presidente eleito norte-americano, admitindo que estavam a “preparar” esse encontro.

Do lado russo, os sinais são os mesmos. Numa conferência de imprensa, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, admitiu que o regresso de Trump à Casa Branca, marcado para 20 de Janeiro, dia em que toma posse, pode trazer avanços no diálogo sobre a guerra.

“Vemos que o sr. Trump também declara a sua disponibilidade para resolver os problemas através do diálogo e congratulamo-nos com isso”, afirmou Peskov.

“Não são necessárias condições para tal, [apenas] um desejo mútuo e vontade política de conduzir um diálogo e resolver os problemas existentes através do diálogo”, sublinhou o porta-voz do Governo russo, acrescentando que, depois da tomada de posse de Trump, “vai haver alguma movimentação”, apesar de não haver planos específicos.

Em Dezembro, Putin já tinha admitido que estava “aberto” para se reunir com o novo Presidente dos EUA “a qualquer momento”.

“Se algum dia encontrarmos o Presidente eleito Trump, tenho a certeza de que teremos muito sobre o que conversar”, disse então, numa sessão de perguntas e respostas.

Durante a campanha presidencial, uma das promessas eleitorais de Donald Trump foi a de que iria acabar com a guerra da Ucrânia em apenas um dia. Na terça-feira, Trump voltou a afirmar que simpatizava com a posição apoiada pela Rússia de que a Ucrânia não devia entrar na NATO.

“Uma grande parte do problema é que a Rússia durante muitos, muitos anos, muito antes de Putin disse: 'A NATO nunca poderia estar envolvida na Ucrânia'. Agora, eles disseram isso. Isso está escrito em pedra”, disse o Presidente eleito aos jornalistas.

“E, a dada altura, Biden disse: 'Não. Eles deviam poder juntar-se à NATO'. Bem, nesse caso, a Rússia tem alguém mesmo à sua porta, e eu consigo compreender os sentimentos deles em relação a isso”, acrescentou Trump.

Também na quinta-feira, o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pediu aos seus aliados para colaborarem ainda mais depois da tomada de posse de Donald Trump.

"É evidente que se inicia um novo capítulo para a Europa e para o mundo inteiro daqui a apenas 11 dias , um período em que temos de cooperar ainda mais, confiar ainda mais uns nos outros e alcançar, em conjunto, resultados ainda melhores", afirmou o Presidente ucraniano, antes de uma reunião do Grupo de Contacto para a Defesa da Ucrânia, na Alemanha, onde disse ainda que via este como um "tempo de oportunidades".

"Percorremos um caminho tão longo que, honestamente, seria uma loucura deixar isto cair agora e não continuar a construir as coligações de defesa que criámos, especialmente já que elas nos ajudam a crescer e a fortalecer o que é basicamente o nosso poder de defesa partilhado", apelou ainda Zelensky.

Sugerir correcção
Ler 7 comentários