Rali Dakar: um dia sem problemas é um dia de festa
Uma vitória entre as mulheres na categoria Challenger e um dia sem problemas no veículo. Está quase, mas... ainda não acabou: esta quarta-feira é dia de enfrentar umas célebres dunas.
- Maria Luís Gameiro está a participar no Rali Dakar na Arábia Saudita e vai relatando na Fugas a sua experiência em cada etapa
Esta foi uma etapa muto boa a vários níveis. Era sabido que se tratava de um dia de especial mais rápida, não muito longa, e foi exatamente assim! Para mim representou um incremento enorme na moral para o pouco que resta deste Dakar 2025. Venci entre as mulheres na categoria Challenger e este excelente resultado ainda juntei o 28.º lugar da categoria.
Paralelamente, e julgo que todos compreenderão a minha satisfação, não tive quaisquer problemas no carro e, assim, consegui terminar a etapa ainda com a luz do dia. Foi fantástico. Era algo que não experimentava há uns dias!
Correu-nos, de facto, muito bem. Consegui andar com cautelas, mas ainda assim diverti-me bastante, apesar de a certa altura ter de assumir cuidados redobrados com medo de que a folga na direção resultasse em problemas maiores.
Pelo caminho ainda parei, mas para ajudar a nossa colega de equipa, a Annette. Percebemos que a avaria ia demorar a resolver e que ela tinha de esperar mesmo pelo camião de assistência e por isso logo de seguida continuámos a nossa prova.
Não me canso de dizer que neste meu ano de estreia encontrei “a fava”. Tudo o que podia haver de complicado, ou mais exigente aconteceu nesta edição. As etapas mais longas e mais duras em termos de terreno foram todas este ano. Todos os co-pilotos referem que este é o “pior” ano em termos de navegação e sei bem as dificuldades que o José Marques tem sentido... Felizmente temos conseguido - umas vezes melhor, outras com maior dificuldade – superar as adversidades e, afinal, estamos a apenas três dias do final da prova.
Mas... ainda não acabou.
Amanhã temos a etapa mais curta em termos de especial, mas pela frente vamos encontrar as dunas do célebre “empty quarter” (Rub al-Khali). É fácil antecipar a minha ansiedade em relação ao um dia que é, acima de tudo, um mergulho “de cabeça” num absoluto desconhecido.
Vamos estar rodeados de areia e mais areia, num “canto” do globo, onde nada cresce ou sequer nasce. Onde a vida é colocada à prova a cada metro de terreno.
Conto ultrapassar mais este obstáculo com, pelo menos, a mesma alegria com que terminei a etapa desta terça-feira. Depois do que já passei até agora, espero que este seja apenas mais um dia, como os da última semana!
A autora escreve segundo o acordo ortográfico
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