Rali Dakar: um azar acontece onde menos esperamos
Maria Luís Gameiro continua em prova e não desiste de chegar ao final, dia 17: “A nós já aconteceu de tudo nesta prova. Mas esta segunda-feira logo ocorreu uma avaria a dois passos da meta... “
- Maria Luís Gameiro está a participar no Rali Dakar na Arábia Saudita e vai relatando na Fugas a sua experiência em cada etapa
Novamente com quase 500 quilómetros de extensão, esta etapa do Dakar voltou a ter percurso separado para motos e carros, o que resulta em vantagem no horário à partida e, naturalmente, à chegada. Pena que não tenhamos aproveitado plenamente essa ajuda.
Uma vez mais, a tentativa foi de trazer o carro o mais “direitinho” possível até Riade. Muitas vezes, por mais cuidadosos que sejamos, está mais que provado que o infortúnio pode acontecer. A nós já aconteceu de tudo nesta prova, furos, avarias etc. Até fomos abalroados por um camião, quando nos preparávamos para enfrentar, de forma muito cuidadosa, uma duna. Felizmente os estragos não foram tão graves como se podia antever. Mas a verdade é que nem tudo está nas nossas mãos. Mesmo quando achamos que estamos a rodar em segurança...
Sobre a possibilidade de furar, esta é uma preocupação permanente, já que temos apenas duas rodas de substituição no carro. Nas etapas de piso rochoso e com pedra – já passámos por isso – um furo na fase inicial da especial, quando se tem mais 400 quilómetros para percorrer, condiciona muitíssimo o andamento durante o resto do dia. No limite, um percalço deste tipo pode ditar o abandono.
Esta segunda-feira tínhamos tudo para fazer uma etapa “limpa”, mas a caixa de velocidades do Fenic decidiu deixar de “colaborar”, a pouco mais de 20 quilómetros do final da especial... Infelizmente este é do tipo de avaria que não se consegue prevenir ou antecipar. Perdemos muito tempo, depois de termos estado na 27ª posição na etapa e a fazer médias acima de 70 km/h. Apesar de um desconforto que tenho sentido nas costas, estava mesmo muito bem. Confiante e a sentir que o carro estava a corresponder.
Ainda assim, e com muito esforço, conseguimos chegar ao final e estou pronta para uma – curta – noite de descanso em Riade.
A etapa de amanhã deverá mudar um pouco o figurino deste Dakar, já que se trata de uma das mais rápidas de toda a prova. Este será um dia para quem tem motores potentes e caixa de velocidades de relação longa, que permitam atingir velocidades elevadas. Não é, definitivamente o nosso caso. O Fenic está limitado a 135 Km/h! Vamos dar o nosso melhor para não nos atrasarmos, mas com o foco em chegar ao final.
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