Incêndios em Los Angeles já fizeram 16 mortos. Trump denuncia “incompetência” de líderes
Autoridades norte-americanas alertam que o verdadeiro número de vítimas só será conhecido quando os investigadores conseguirem entrar nos bairros afectados pelos incêndios.
O número de vítimas mortais dos incêndios florestais que afectam a cidade de Los Angeles, no sudoeste dos Estados Unidos, desde terça-feira, subiu para 16, disseram as autoridades. O Departamento de Medicina Legal do condado de Los Angeles disse que 11 das mortes foram causadas pelo incêndio de Eaton, um dos seis fogos activos que estão a atingir a cidade.
Num comunicado divulgado no seu portal no sábado à noite, o departamento acrescentou que outras cinco mortes foram causadas pelo incêndio de Pacific Palisades. O anterior balanço referia a existência de 11 mortes, mas as autoridades alertaram que o verdadeiro número de vítimas não será conhecido até que os investigadores consigam entrar nos bairros.
O incêndio de Palisades alastrou para nordeste, provocando novas evacuações nos bairros ricos de Brentwood e Bel Air, no sul da Califórnia. A propagação das chamas trouxe "mais uma noite de terror e angústia inimagináveis", de acordo com a supervisora do condado de Los Angeles, Lindsey Horvath.
A Universidade da Califórnia também está em "alerta máximo" e os residentes foram aconselhados a prepararem-se para abandonar o campus, de acordo com o Departamento de Florestas e Protecção contra Incêndios da Califórnia. Em perigo está também o museu Getty Center, que alberga 125 mil obras de arte.
A Guarda Nacional da Califórnia disponibilizou mil soldados para Los Angeles, incluindo 250 com capacidade de combate a incêndios, de acordo com as autoridades norte-americanas.
O incêndio de Palisades, já o mais destrutivo da história da cidade, queimou mais de 89 quilómetros quadrados e está apenas contido em 11%. O de Eaton, localizado a nordeste e perto das cidades de Pasadena e Altadena, afectou mais de 57 quilómetros quadrados e está contido em 15%. O incêndio de Kenneth foi o último dos seis a surgiu, tendo deflagrado na tarde de quinta-feira. As autoridades já confirmaram que este incêndio foi causado por fogo posto e que actualmente está contido em 80%. O de Lidia foi no sábado totalmente controlado, enquanto o incêndio de Hurst está contido em 76%.
Mais de 100 mil pessoas permanecem sob ordens obrigatórias de evacuação. Até ao momento, os incêndios florestais destruíram mais de 12 mil habitações e outros edifícios e queimaram 145 quilómetros quadrados.
Trump denuncia "incompetência" de líderes
O presidente eleito dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, voltou a atacar os líderes do estado da Califórnia, afirmando que há incompetência no combate aos fogos. "Os incêndios continuam a lavrar em Los Angeles. Os políticos incompetentes não fazem ideia de como os apagar", afirmou, numa mensagem publicada na sua plataforma Truth Social. "Este é um dos piores desastres na história do nosso país. Não conseguem apagar os incêndios. O que é que se passa com eles? A morte está em todo o lado", escreveu.
A pouco mais de uma semana do seu regresso à Casa Branca, Donald Trump está a atacar os democratas, lançando uma série de ataques não comprovados ao governador da Califórnia, Gavin Newsom, que o convidou a visitar Los Angeles e a ver os estragos com ele.
A velocidade e a intensidade dos incêndios puseram à prova as infra-estruturas de combate aos incêndios e suscitaram questões e críticas quanto ao grau de preparação do Estado. As bocas-de-incêndio secaram na zona de luxo de Pacific Palisades, enquanto a escassez de água também dificultou os esforços noutros locais.
O cônsul de Portugal em São Francisco, Filipe Ramalheira, disse no sábado à Lusa que não há portugueses identificados entre os desaparecidos, mas que ardeu pelo menos a casa de uma portuguesa.
As zonas afectadas pelos incêndios estão desde sexta-feira sob recolher obrigatório. Pelo menos 18 pessoas foram detidas por pilhagens, 15 delas na zona do incêndio de Eaton. A empresa AccuWeather elevou na quinta-feira a estimativa dos danos e perdas económicas dos incêndios para entre 135 e 150 mil milhões de dólares (entre 131 e 146 mil milhões de euros).