O rei dos quintos sets ainda é Kei Nishikori

Chuva adiou estreia de Jaime Faria no quadro principal do Open da Austrália.

Foto
Kei Nishikori em acção no Open da Austrália JOEL CARRETT / EPA
Ouça este artigo
00:00
03:51

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

Kei Nishikori já passou por muito desde que iniciou a carreira profissional, em 2007. O tenista japonês foi operado por duas vezes ao cotovelo direito, em Agosto de 2009 e novamente em Outubro de 2019, já depois de ter obtido os seus melhores resultados: finalista no US Open de 2014 e número quatro do ranking em Março de 2015. A mais séria cirurgia, à anca, aconteceu em Fevereiro de 2022, a que se seguiu uma lesão no tornozelo que prolongou a ausência dos courts por ano e meio e colocou a possibilidade de reforma na mente do jogador. Mas Nishikori voltou ao circuito e ao Open da Austrália, onde, aos 35 anos, reforçou o estatuto de “rei dos quintos sets”.

Actual 76.º do ranking mundial, Nishikori derrotou o qualifier brasileiro Thiago Monteiro (105.º), por 4-6, 6-7 (4/7), 7-5, 6-2 e 6-3, em quatro horas de jogo, elevando para 29 (em 37) o número de encontros ganhos no quinto set.

"Eu ainda adoro jogar ténis, adoro competir. Queria jogar num estádio grande como o de hoje. Este era o meu objectivo há um ano, quando estava a fazer reabilitação. Ainda acho que tenho hipóteses de jogar com estes grandes jogadores, senti isso no final do ano passado”, admitiu o japonês após vencer pela quinta vez um encontro em que cedeu as duas partidas iniciais.

O primeiro tenista asiático a disputar uma final de um torneio do Grand Slam teve mesmo de salvar dois match-points quando servia no terceiro set, a 4-5, mas soube focar-se no momento e acabou por ganhar o ascendente sobre Monteiro.

“Tenho ganho mais confiança e esta última semana também me ajudou a acreditar em mim. Portanto, ainda estou a aproveitar muito estes momentos, os treinos… treino muito, mas já não tanto. E estou a gostar muito de jogar encontros”, disse Nishikori, referindo-se ao torneio de Hong Kong, onde atingiu a final pela primeira vez em seis anos, o que lhe permitiu reentrar no top 100, de onde saíra em Junho de 2002.

Cinco sets foi também o que Casper Ruud (6.º) precisou para alcançar a segunda ronda. O norueguês, três vezes finalista em majors, assinou 48 winners e perdeu somente um ponto no primeiro serviço durante o set decisivo, para derrotar Jaume Munar (61.º), por 6-3, 1-6, 7-5, 2-6 e 6-1.

A abrir a jornada na Rod Laver Arena – um dos três estádios onde houve acção ininterrupta, já que o forte temporal adiou muitos encontros, entre os quais o de Jaime Faria (125.º) e o russo Pavel Kotov (99.º) – a nova estrela do ténis chinês também passou por dificuldades.

Qinwen Zheng, medalha de ouro olímpica e finalista do Open da Austrália em 2024, deixou escapar uma vantagem inicial e teve de anular três set-points na partida inicial, antes de vencer a qualifier romena Anca Todoni (110ª), por 7-6 (7/3), 6-1.

Em Novembro passado, a chinesa de 22 anos encerrou a época passada chegando à final das WTA Finals e contratando o antigo treinador de Nishikori, Dante Bottini, para substituir Pere Riba, a recuperar de uma cirurgia à anca. Da equipa da chinesa presente em Melbourne está igualmente Francisco Rocha (769.º) que aceitou o convite para ser o parceiro de treino de Qinwen.

“Entraram em contacto comigo e fui fazer a pré-época em Barcelona com ela e, depois do Natal vim para a Austrália. Aceitei esta posição para aprender com ela e toda a equipa à volta e tem sido uma experiência muito positiva”, explicou Rocha ao site Bola Amarela.

Alexander Zverev (2.º) e Aryna Sabalenka (1.ª) confirmaram o favoritismo vencendo sem perder qualquer set. Tal como a alemã Tatjana Maria, a mais velha do quadro feminino, que tornou-se na primeira tenista europeia desde 1985 a ganhar um encontro no Open da Austrália após completar 37 anos.

Sugerir correcção
Comentar