FC Porto perde-se na Choupana, falha assalto ao topo da I Liga

Derrota na Madeira impede “dragões” de se isolarem no comando do campeonato pela primeira vez desde a época 2021-22.

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O Nacional da Madeira impôs-se a um FC Porto sem soluções GREGORIO CUNHA / EPA
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O FC Porto desperdiçou este sábado, na Choupana, a rara oportunidade de isolar-se na liderança da Liga, acabando a primeira volta do campeonato com uma derrota (2-0) frente ao Nacional, desfecho que deixa a equipa de Vítor Bruno em segundo, a um ponto do Sporting, e os madeirenses em 13.º na tabela.

A oportunidade de assumir pela primeira vez desde a época 2021-22 a liderança isolada surgiu na sequência do empate do Sporting em Guimarães (4-4) e da derrota do Benfica com o Sp. Braga (1-2), na Luz, já que o jogo de abertura da ronda, com o Nacional, foi adiado devido ao nevoeiro.

Desde então, o FC Porto dispôs de nove dias para perceber o que estava a encravar a prestação original, a 3 de Janeiro, e rectificar ou optimizar algumas dinâmicas. A mudança até poderia advir da alteração forçada por indisponibilidade de Alan Varela, que cedeu o lugar a Vasco Sousa.

Mas, exceptuando o nevoeiro, tudo se manteve na mesma em termos de atitude e inspiração, com o Nacional mais agressivo e objectivo, ante um "dragão" confrangedoramente perdido, com sinais evidentes de vertigem e até uma estranha incapacidade para ascender isolado ao topo da Liga pela primeira vez desde a época do 30.º título portista, em 2021-22.

A falta de soluções dos "azuis e brancos" agudizou-se logo após o recomeço da partida, com o golo nacionalista aos 17 minutos, num cabeceamento de Dudu.

Vítor Bruno consultava as imagens em busca de algo que pudesse impedir a validação do golo, mas logo percebeu que teria de ser a sua equipa a mudar a sorte do jogo.

Uma sorte que normalmente protege os audazes. Algo que o FC Porto não revelava, terminando a primeira parte sem efectuar um único remate à baliza do adversário. Pior, depois de um par de calafrios, Diogo Costa foi obrigado a recolher mais uma bola do fundo das redes.

O Nacional ampliava a vantagem aos 43 minutos, na sequência de um canto, um dos momentos do jogo em que os treinadores não fazem alterações. E também nesse aspecto o timing escolhido por Vítor Bruno não podia ter sido pior, com duas substituições, uma inevitável, por lesão de Martim Fernandes, e outra por inoperância de Pepê.

O Nacional chegava ao intervalo confortavelmente no controlo do jogo, obrigando o FC Porto a promover uma revolução que elevasse o nível de um futebol triste, sem a mínima centelha.

O FC Porto regressou para o segundo tempo com Fábio Vieira e Gonçalo Borges no lugar de André Franco e Vasco Sousa, registando-se uma clara intenção de alterar o rumo da partida, com Samu e Danny Namaso a espreitarem o golo.

Mas o Nacional estava preparado para sofrer e resistir à reacção portista, acentuando-se os comportamentos defensivos de uma estrutura que iniciou o jogo com dois blocos bem definidos num 5x4x1 que bloqueou todas as vias para a baliza de Lucas França.

Com isso e com a ineficácia de Samu, o FC Porto foi perdendo capacidade para surpreender o adversário, acabando por cair numa resignação que nem a entrada de mais um homem de área, com Gül no lugar de Mora, acrescentou capacidade de fogo.

Afastado das taças, o FC Porto tinha a obrigação de regressar ao campeonato com uma contundência capaz de colocar os rivais em sentido, o que, obviamente, a equipa portuense fica a dever a si própria para uma segunda metade de época em que terá de corrigir comportamentos.

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