Amorim volta a eliminar Arsenal nos penáltis
Manchester United segue em frente na Taça de Inglaterra após vitória no desempate por penáltis (5-3) num jogo em que aguentou mais de uma hora com menos um, devido à expulsão de Dalot.
Foi frente ao Arsenal que Ruben Amorim sofreu a sua primeira derrota enquanto treinador do Manchester United, há cerca de um mês e uma semana. Depois, passou pelo céu (vitória ao City) e por um inferno prolongado (mais cinco derrotas), antes de se começar realmente a perceber o que os “red devils” têm a ganhar com o técnico português. Neste domingo, Amorim reencontrou-se com os “gunners” e com Mikel Arteta para uma eliminatória da FA Cup e o United foi um modelo de resistência, seguindo em frente na prova no desempate por penáltis, após ter aguentado mais de uma hora a jogar com dez.
Já não é a primeira vez que Amorim elimina o Arsenal nos penáltis – em 2022-23, quando ainda estava no Sporting, o desfecho foi igual, depois de um 1-1 em 120 minutos marcado por um golo de meio-campo de Pedro Gonçalves, sendo que, na altura, os “leões” também foram ao desempate por penáltis com dez jogadores após a expulsão de Ugarte, agora jogador do United.
Depois das boas sensações do confronto com o Liverpool para a Premier League (foi empate, mas podia ter sido vitória), o United queria confirmar esta retoma nos Emirates e a verdade é que conseguiu resistir à formação londrina em todos os momentos. Houve uma primeira parte sem golos e praticamente sem balizas – de registo, apenas um golo anulado ao Arsenal por fora-de-jogo a Martinelli. Na segunda parte, é que as coisas animaram.
Aos 52’, a formação de Manchester colocou-se em vantagem. Garnacho ganhou uma bola dividida com Gabriel Magalhães junto à linha do meio-campo e acelerou na direcção da área. Já sem grande ângulo para rematar, fez o passe atrasado para Bruno Fernandes e, de primeira, o médio português disparou para o 0-1 – foi o sétimo golo da temporada para o capitão do United.
A influência dos portugueses do United no jogo não se ficou por aqui. Aos 61’, Diogo Dalot viu o segundo amarelo por uma entrada impetuosa sobre Mikel Merino e foi expulso. Quase de imediato, o Arsenal aproveitou a superioridade numérica para fazer o empate, num remate de Gabriel Magalhães que ainda desviou em De Ligt antes de entrar na baliza do United.
Os londrinos foram com tudo para cima da equipa de Amorim e, aos 69’, tiveram oportunidade soberana para operar a “cambalhota” no marcador. O árbitro assinalou penálti (muito discutível, mas não há VAR nesta fase da prova) de Maguire sobre Havertz, mas, na conversão, Odegaard permitiu a defesa do guardião turco Altay.
O ex-guarda-redes do Fenerbahçe seria uma das figuras do United na fase de maior pressão do Arsenal, com uma série de grandes defesas, com destaque para um voo a um cabeceamento na pequena área de Declan Rice. O United aguentou tudo o que o Arsenal lhe atirou e conseguiu levar o jogo para prolongamento.
O sentido do jogo não mudou. Arsenal a tentar chegar-se à frente, United a defender como podia, e até foi dos visitantes a melhor oportunidade do tempo-extra, um remate rasteiro de Zirkzee que David Raya conseguiu desviar para longe da sua baliza.
Os 30 minutos extra nada fizeram pelo resultado e o jogo foi para penáltis, o grande nivelador quando há um desequilíbrio evidente entre duas equipas. E aqui, a vantagem passou para o United. Bruno Fernandes marcou para os “red devils”, Odegaard marcou para os “gunners”, Diallo também não tremeu, mas Havertz permitiu a defesa de Altay, que já tinha defendido um penálti de Odegaard no tempo regulamentar.
Yoro e Lisandro cumpriram o seu papel e mantiveram os “red devils” na frente, Rice e Partey também acertaram e mantiveram a incerteza, cabendo a Zirkzee o papel de herói, ao marcar o penálti que premiou o sofrimento do United e castigo a desinspiração do Arsenal.