Birkenstock querem tornar-se “obras de arte” e estão a processar quem as copia

Face ao número crescente de cópias, a empresa alemã decidiu intentar três acções judiciais, onde pede uma compensação financeira, bem como a protecção intectual do design.

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As Birkenstock foram criadas no norte da Alemanha em 1774 Fabrizio Bensch/Reuters
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Podem parecer umas sandálias banais com uma sola de cortiça, mas as Birkenstock têm vindo a encontrar o seu lugar enquanto ícones da moda, longe da imagem pouco trendy que tinham no passado. Face à popularidade, os seus inventores na Alemanha decidiram que é hora de proteger legalmente o design dos conhecidos chinelos e estão a processar as empresas que copiam o seu modelo mais conhecido, avança o The Guardian que cita o processo oficial.

Os documentos foram entregues à justiça, nesta quinta-feira, com três processos separados interpostos pelo fabricante do calçado alemão. Entre os concorrentes a serem processados está a rede de supermercados alemã Tchibo, que vende sandálias “muito semelhantes” às Birkenstock, estando a violar a lei dos direitos de autor, argumentam os advogados da empresa, que pedem ao tribunal que o design passe a ser protegido com o selo das “obras de arte aplicadas”.

Esta lei aplica-se a outros produtos alemães e dá a possibilidade de o desenho ser utilizado apenas pelo artista ou criador, quer se trate de livros, pinturas ou outros objectos com uma pegada de design. Por exemplo, os advogados evocam o caso do automóvel Porsche 356, que foi uma invenção alemã, ou o mobiliário de Le Corbusier que foi criado no âmbito da Escola da Bauhaus e, como tal, se enquadra na mesma protecção intelectual. “Nos termos da lei dos direitos de autor, há décadas que se reconhece que os desenhos extraordinários de objectos do quotidiano também podem ser protegidos por direitos de autor”, declara o advogado da Birkenstock, Konstantin Wegner.

Os documentos chegaram esta semana ao Supremo Tribunal, depois de dois tribunais regionais chegarem a conclusões paradoxais sobre os processos, com o tribunal de Colónia a não reconhecer propriedade artística nas sandálias da Birkenstock.

O design das Birkenstock recua até 1774 quando foi criado por Johannes Birkenstock, aponta o mesmo processo da empresa, que continua a ser familiar e está sediada em Linz am Rhein no estado da Renânia-Palatinado, na fronteira com a França e o Luxemburgo. A empresa tem cerca de 5500 funcionários.

Agora conhecidas pela sola em cortiça, esse detalhe só faz parte do design desde os anos 1960. De acordo com o site oficial. o calçado da marca é totalmente fabricado na Alemanha, tornando-se o maior produtor de sapatos daquele país.

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Os processos justificam-se com o uso indevido da sola arqueada em cortiça no modelo Arizona, o mais conhecido da marca, que tem duas tiras ─ vendidas por cerca de 90 euros, consoante a composição. A popularidade é tal que, em 2022, um par que pertenceu ao fundador da Apple, Steve Jobs, foi leiloado por 220 mil dólares. No mesmo ano, os chinelos apareceram no filme Barbie nos pés de Margot Robbie.

Em Portugal, as Birkenstock também granjeiam de fama e é comum vê-las nos pés dos portugueses ao longo de todo o Verão, mas também no Inverno, onde há quem opte por as usar com meias ou adquira modelos fechados que, no seu interior, têm a mesma sola dos chinelos.

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