Morreu a actriz Ângela Ribeiro, aos 84 anos
A actriz estreou-se em 1961 no teatro, tendo igualmente participado em filmes, séries e novelas.
A actriz Ângela Ribeiro, 84 anos, que integrou as companhias Teatro Moderno e Casa da Comédia, morreu esta sexta-feira, no Hospital Pulido Valente, em Lisboa, disse à agência Lusa fonte da Casa do Artista, onde a actriz residia.
Ângela Ribeiro estreou-se na peça Os Fantasmas, de Henrik Ibsen, no Teatro da Trindade, em Lisboa, em 1961, o mesmo ano em que também actuou pela primeira vez na televisão, em A 3200 Metros de Altitude, adaptação da peça de Julien Luchaire, dirigida por Herlander Peyroteo.
A carreira da actriz estende-se por mais de 50 anos, do teatro ao cinema, com um extenso trabalho em palco e também na televisão. O longo percurso incluiu companhias do Teatro Villaret, do Teatro Nacional D. Maria II e do Teatro d'Arte de Lisboa, o Grupo Gente Nova em Férias e a Empresa Vasco Morgado, além da Casa da Comédia e do Teatro Moderno de Lisboa.
A Academia Portuguesa de Cinema, que define Ângela Pinto como "actriz incontornável do teatro, cinema e televisão em Portugal", lembra a sua participação "em inúmeras produções icónicas, desde revistas no Parque Mayer", como Ó Zé Aperta o Cinto, que esteve em cartaz em 1971, no Teatro Maria Vitória, "a peças de autores clássicos e contemporâneos".
A filmografia de Ângela Ribeiro inclui Sexta-Feira, 13 (1962), de Pedro Lazaga, Retalhos da Vida de um Médico (1962), de Jorge Brum do Canto, O Miúdo da Bica (1963) e Rapazes de Táxis (1965), dois filmes dirigidos por Constantino Esteves.
O último em que participou foi 451 Forte, de João Mário Grilo, uma produção de 2001, em que contracenou com Sofia Alves, Rita Blanco e Adriano Luz, para a série Crimes Portugueses, da RTP.
Na televisão, Ângela Ribeiro soma mais de 50 produções entre séries filmadas, teleteatro e telenovelas, num percurso quase ininterrupto nas décadas de 1960-1970, que ganhou novo fôlego na viragem para os anos 2000, com a afirmação da produção própria dos canais privados.
Esta nova incursão no pequeno ecrã culmina em 2012 com duas séries da SP Televisão: Velhos Amigos, exibida pela RTP em que contracenou com Luís Alberto, Orlando Costa, Miguel Jesus e João Maria Pinto, e A Família Mata, transmitida pela SIC, onde se cruzou com André Nunes, Maya Booth e José Pedro Gomes.
A Castro, de Fernando Frazão, O Alfageme de Santarém, de Nuno Fradique, Histórias Simples da Gente Cá do Meu Bairro, com Varela Silva, Canto e Castro e Celeste Rodrigues, A Rainha do Ferro Velho, de Armando Cortez, com Laura Alves, A Traição do Padre Martinho, de Bernardo Santareno, por Henrique Pavão, são algumas das produções que contaram com Ângela Ribeiro.
Entrou também em A Lenda da Garça, Olhos de Água, Super Pai, Saber Amar, Deixa-me Amar, Inspector Max e Casos da Vida, entre outras séries e novelas.
A actriz era natural de Castelo Branco, onde nasceu a 29 de Fevereiro de 1940. Fez a sua formação artística na classe de Teatro do Conservatório Nacional.
As cerimónias fúnebres vão decorrer na próxima segunda-feira, às 11h00, no Cemitério Alto de S. João, em Lisboa, disse à Lusa fonte da Casa do Artista.