Afinal, em 2024 o número de idas ao cinema em Portugal ficou pelos 11,8 milhões
As salas portuguesas receberam 11,8 milhões de espectadores, e não 13,6 milhões como o PÚBLICO contabilizara. Uma quebra de 3,8% em relação a 2023, mas que ainda assim permitiu a subida da receita.
Os dados oficiais do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA) sobre o mercado cinematográfico em Portugal em 2024 confirmam que a receita cresceu em relação ao ano anterior, saldando-se na ordem dos 73,3 milhões de euros, mas, ao contrário do que o PÚBLICO previra a partir dos dados provisórios disponíveis no início de Janeiro, a afluência acabou por não ultrapassar a de 2023. Segundo o ICA, 11,8 milhões de espectadores foram ao cinema em Portugal até ao fim do ano passado. Erradamente, o PÚBLICO contabilizara um total de 13,6 milhões de espectadores.
Assim, o balanço do ano foi apenas semipositivo: as receitas aumentaram 0,4% em relação ao período homólogo de 2023, o número de espectadores registou uma quebra de 3,8%. O ICA frisa porém que os dados agora compilados continuam a ser “provisórios”.
Em 2024, a distribuição do mercado pelos principais operadores não sofreu alterações face ao ano anterior: a Nos Lusomundo Cinemas (218 ecrãs) continua líder, com 68,2% das receitas de bilheteira, seguida pela UCI (67 ecrãs, 10,7%, da quota de mercado), pela Cineplace (42 ecrãs, 6,7%) e pela NLC (38 ecrãs, 5,6%). Socorama, Cinemas Cinemax, Algarcine. Medeia Filmes, Nitrato Filmes, Cinebox e First Pick surgem na cauda da lista. Porém, dos principais exibidores, só a UCI não sofreu quebras de receitas, tendo mesmo aumentado a sua quota de mercado em 4,1%; já a Nos perdeu 4% das receitas, a Cineplace 9,5% e a NLC 7,1%, por exemplo.
Também a distribuição é um mercado dominado pela Nos. À sua Nos Lusomundo Audiovisuais pertencem os filmes que 47,9% dos espectadores foram ver, seguindo-se-lhe a Cinemundo (29,2%).
Os dados do ICA revelam também que em 2024 foram produzidos 96 filmes nacionais com apoio deste instituto, dos quais 48 longas-metragens (27 ficções e 21 documentários) e 48 curtas. O volume de produção decresceu assim 2% relativamente a 2023.
Estes indicadores corroboram assim a tendência decrescente que se desenhava em Maio e Junho, quando a exibição cinematográfica em Portugal parecia estar a sofrer os efeitos nefastos do cruzamento de vários factores, nomeadamente o atraso na estreia de vários filmes devido à greve dos actores e argumentistas de Hollywood. Embora os filmes exibidos no circuito comercial em Portugal sejam maioritariamente europeus (58,6%) e apenas 22,5% venham dos Estados Unidos, 72,8% da afluência às salas diz respeito a cinema norte-americano e apenas 12,9% a títulos europeus.
As fatias de leão das receitas e de espectadores foram obtidas, sem surpresas, nas regiões de Lisboa e do Norte, onde está concentrada a maioria dos recintos e dos ecrãs.
Os filmes mais vistos foram Divertida-mente 2, Deadpool & Wolverine e Gru - O Maldisposto 4.