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Artistas do Brasil terão lugar de destaque na Capital Portuguesa da Cultura, Braga 25
Cidade do Norte de Portugal terá 400 eventos artísticos ao longo de todo o ano, a partir de 25 de janeiro, muitos com artistas oriundos do Brasil. Braga concentra uma grande comunidade brasileira.
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Braga, a mais brasileira das cidades portuguesas vai sacudir com a percussão brasileira do grupo Batalá Braga, que acompanhará o músico Dino d’Santiago na abertura do projeto Braga 25, Capital Portuguesa da Cultura, em 25 de janeiro. Ao longo do ano, até 20 de dezembro, serão 400 eventos culturais no município, muitos deles com a participação de brasileiros.
Este será o segundo ano da Capital Portuguesa da Cultura. “Houve uma disputa entre quatro cidades portuguesas para serem a Capital Europeia da Cultura 2027. Évora foi a escolhida. Mas, reconhecendo a qualidade das outras candidaturas, o Governo anterior decidiu criar a Capital Portuguesa da Cultura. No ano passado, foi Aveiro. Neste ano, é Braga, e, em 2026, será Ponta Delgada”, diz Samuel Silva, coordenador da comunicação do projeto.
A proposta de se apresentar com o grupo de percussão formado por brasileiros foi do próprio Dino d’Santiago, revela Silva. “Ele tinha estado no Brasil, onde gravou a música Oh Bahia. Quando foi convidado para a abertura do Braga 25, ele decidiu tocar com o grupo, reconhecendo a importância da presença de brasileiros na cidade”, complementa. D'Santiago gravou a música com a brasileira Luedji Luna.
O coordenador de comunicação afirma que todo o projeto da capital da cultura foi pensado incluindo os brasileiros. “A candidatura da cidade começou a ser preparada em 2018. Já naquela altura, a ideia era incluir as mudanças na cidade, com os novos bracarenses”, afirma. Ele cita uma contribuição da comunidade brasileira para a vida na cidade. “É uma percepção minha, não é algo que tenha dados concretos, mas os brasileiros têm mais o hábito de participar de eventos do que a população de origem local”, avalia.
Como exemplo dessa participação, ele cita três projetos: Desejar, de arte comunitária e participativa; O Que Fazemos Com Isto, sobre a herança colonial; e Todo-o-Terreno, de arte contemporânea. O Desejar funcionará a partir de assembleias abertas mensais, que decidirão os eventos a serem organizados.
Fotos e literatura
Segundo Silva, há também três projetos individuais de artistas brasileiros. Um deles é o Novas Dramaturgias Luso-Brasileiras, com leituras dramáticas de peças de teatro inéditas uma vez por mês, organizado por Manoel Levy Candeyas, doutor em Artes Cênicas pela Universidade de Campinas (Unicamp), que mora em Braga.
O fotógrafo Guilherme Maranhão, artista visual que já expôs no Brasil e no exterior e que também mora em Braga, está organizando uma mostra de fotografia experimental, enquanto a União das Mulheres Alternativa e Resposta está preparando uma leitura periódica de contos para crianças.
Silva acredita que a presença de brasileiros no Braga 25 é reflexo do que vem ocorrendo na cidade. “Os brasileiros têm construído seu próprio espaço na cultura, da mesma forma como criaram seu espaço na cidade. Um brasileiro é um bracarense a mais, apenas com um sotaque ligeiramente diferente”, frisa.