EUA abrem inquérito a 2,6 milhões de veículos Tesla por causa da condução remota

Administração Nacional de Segurança do Tráfego Rodoviário vai avaliar a velocidade máxima do Smart Summon, a sua utilização em estradas públicas e os requisitos de linha de visão.

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A Tesla fez o recall, em Dezembro de 2023, de mais de dois milhões de veículos nos Estados Unidos Adam Gray/REUTERS
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A Administração Nacional de Segurança do Tráfego Rodoviário (NHTSA, na sigla original) informou, nesta terça-feira, que abriu uma investigação relacionada com 2,6 milhões de veículos Tesla nos Estados Unidos, devido a relatos de acidentes envolvendo um recurso que permite aos utilizadores mover os seus automóveis remotamente.

A nova investigação surge depois de a agência de segurança automóvel dos EUA ter aberto, em Outubro, uma investigação sobre 2,4 milhões de veículos Tesla, por causa do software Full Self-Driving (FSD), após quatro colisões relatadas, incluindo um acidente fatal, em 2023.

A NHTSA disse estar em curso uma avaliação preliminar ao recurso Actually Smart Summon, devido a relatos de quatro acidentes envolvendo veículos da marca.

Os veículos não conseguiram detectar postes, ou outros veículos estacionados, quando estavam a operar sob a funcionalidade Actually Smart Summon, disse a NHTSA, acrescentando que havia relatos em que os utilizadores “tinham muito pouco tempo de reacção para evitar um acidente, seja com a linha de visão disponível, seja soltando o botão da aplicação do telefone, que interrompe o movimento do veículo”.

O Smart Summon foi lançado em Setembro e permite aos utilizadores deslocar remotamente o seu veículo na sua direcção ou para outro local através de uma aplicação para smartphone. O antecessor desta funcionalidade permitia que os utilizadores movessem o seu carro para a frente ou para trás, para dentro ou para fora de um lugar de estacionamento.

Depois da avaliação preliminar, a NHTSA tem de decidir se actualiza a investigação para um nível de análise de engenharia, antes de poder exigir uma recolha.

O presidente eleito Donald Trump tomará posse dentro de 13 dias e o CEO da Tesla, Elon Musk, é um seu conselheiro próximo e já criticou as acções da NHTSA.

A NHTSA disse que vai avaliar a velocidade máxima do Smart Summon, a sua utilização em estradas públicas e os requisitos de linha de visão. A avaliação irá também abranger o controlo remoto através da aplicação do telefone, o impacto dos atrasos na conectividade e o desempenho do sistema em condições imprevistas.

A avaliação abrange os Model S e X, de 2016-2025, o Model 3, de 2017-2025, e o Model Y, de 2020-2025, com o sistema opcional de assistência ao condutor Full Self-Driving.

A Tesla, cujas acções estavam a cair 1,9% antes da abertura da Bolsa em Nova Iorque (e em queda ao longo da manhã até às 12h locais, 17h de Lisboa), não respondeu a um pedido de comentário.

A Tesla fez o recall, em Dezembro de 2023, de mais de dois milhões de veículos nos Estados Unidos para instalar novos dispositivos de segurança no seu sistema avançado de assistência Autopilot. A NHTSA está ainda a investigar se esse recall foi adequado para resolver as preocupações em torno do sistema.

O escrutínio acrescido do sistema avançado de assistência ao condutor surge no momento em que Musk procura orientar-se para a tecnologia de condução autónoma e para os robotáxis.