Sporting bate FC Porto e avança para a final da Taça da Liga
Gyökeres marcou o golo do triunfo “leonino”, que assegura a presença no jogo decisivo da competição, frente ao vencedor do Benfica-Sp. Braga.
Nunca o título fictício de “Campeão de Inverno” atribuído ao vencedor da Taça da Liga terá feito tanto sentido como nesta época. Pela forma como está o topo da classificação da Liga, esta “final four” em Leiria seria uma boa medida do que podem valer as equipas e, nesta terça-feira, o Sporting apresentou-se melhor que o FC Porto, batendo o rival por 1-0, com um golo de Viktor Gyökeres. Os “dragões” até tiveram melhor princípio, mas foram os “leões” com o melhor final e foi por isso que conseguiram apurar-se para a final do próximo sábado, frente ao vencedor do Benfica-Sp. Braga.
Foi no já longínquo mês de Agosto de 2024 que Sporting e FC Porto se defrontaram pela última vez. Tempos diferentes, em que o “leão” consolidado por Rúben Amorim se impôs a um “dragão” ainda a habituar-se a Vítor Bruno, depois daquela Supertaça irrepetível, ganha mais na raça do que na táctica. Mais de quatro meses depois, os pontos de maturação das duas equipas estavam trocados: era o FC Porto quem estaria, em teoria, mais perto do ponto, enquanto o Sporting, depois de uma inesperada convulsão e descida ao fundo, só agora estaria a voltar a ver a luz.
Este terceiro “clássico” da época não iria dar uma taça, nem pontos, mas iria servir para marcar uma posição na entrada para a segunda metade da época e manter a via aberta para a conquista de um título. Com um “onze” perto do habitual (a excepção foi na baliza, com Cláudio Ramos a manter-se como o guarda-redes das taças), o FC Porto fez por mostrar em campo os seus processos consolidados, agora dotados da criatividade irreverente de Rodrigo Mora – mas com uma incompreensível insistência em deixar amarrado Galeno no papel de lateral.
Quanto ao Sporting, no seu terceiro jogo com Rui Borges, mudou na direita (Fresneda em vez de Quaresma) e na esquerda (Maxi em vez de Quenda), mas manteve o mesmo perfil táctico e estratégico – o que na prática, será quase sempre deixar Gyökeres em condições de atacar a baliza. Não será só isto, claro, mas nunca se pode menosprezar a importância do ponta-de-lança sueco que prosperava com Amorim, não desapareceu com João Pereira e que continua a aparecer com Borges.
Foi o FC Porto quem entrou melhor, a pressionar alto e a dificultar a saída de bola dos “leões”. Samu, o potente avançado espanhol, era um excelente ponto de referência no ataque, tendo a boa companhia de Nico González e Rodrigo Mora como os principais pensadores. Logo aos 11’, numa boa iniciativa portista, Samu ficou bem perto de um remate perigoso, mas o seu compatriota Fresneda tirou-lhe essa oportunidade. E aos 19’, Mora fugiu a St. Juste, deixou para Nico e o ex-Barcelona atirou ao lado.
No seu melhor período do jogo isto foi o que o FC Porto conseguiu fazer. Depois, o Sporting - que ficara sem Matheus aos 14’ por lesão (entrou Quenda) - conseguiu equilibrar um pouco mais o jogo e fechou a primeira parte por cima na contabilidade de oportunidades flagrantes de golo: aos 41’, Gyökeres tirou Nehuén Pérez e Martim Fernandes do caminho e rematou cruzado, com a bola a passar bem perto do poste mais distante da baliza portista; aos 46’, num remate de Quenda, que desviou num defesa portista e obrigou Ramos a uma excelente defesa.
Na segunda parte, o jogo inclinou-se para o lado dos “leões” pela via mais óbvia. Aos 56’, após uma boa jogada de entendimento com Trincão e Geny, Quenda fez o passe decisivo para o inevitável Gyökeres assinar o 1-0. Mesmo quando as coisas não correm bem (não é que estivessem a correr particularmente mal), há sempre a solução sueca. Mais um golo do melhor marcador do campeonato (o 31.º da época em 29 jogos) que tinha o potencial de ser decisivo.
Ainda havia mais de meia-hora pela frente e tinha a palavra Vítor Bruno, que carregou a sua equipa de avançados, mas poucas vezes criou perigo. E o Sporting aguentou-se bem, sem correr muitos riscos sem bola, é verdade, mas também sem sofrer grandes sobressaltos. Em três jogos, Rui Borges já ganhou a Benfica e FC Porto e empatou com o seu “ex” Vitória. Para plano C, não está nada mal.