Documentário sobre obra da coreógrafa Clara Andermatt com antestreia em Lisboa
Clara Andermatt, da realizadora Cristina Ferreira Gomes, é exibido esta sexta-feira na Gulbenkian. No sábado chega à RTP2.
Um documentário sobre a vida e obra da bailarina e coreógrafa Clara Andermatt, um dos nomes mais relevantes da dança contemporânea portuguesa, vai ter antestreia esta sexta-feira, às 18h30 na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, com a presença da criadora. Assinado pela realizadora Cristina Ferreira Gomes, Clara Andermatt estreia-se depois no sábado na RTP2, às 22h.
Produzido pela Mares do Sul em parceria com a RTP2, com realização e argumento de Cristina Ferreira Gomes e autoria e entrevistas de Luiz Antunes, o documentário propõe uma viagem pelas diferentes fases da obra de Clara Andermatt, a sua escrita coreográfica e universo criativo, segundo um comunicado da produtora.
Clara Andermatt, nascida em Lisboa em 1963, estudou bailado com a mãe, Luna Andermatt, e depois no London Studio Centre e na Royal Academy of Dancing, na capital britânica, antes de uma passagem pelos Estados Unidos, onde obteve várias bolsas.
Entre 1984 e 1988, esteve na Companhia de Dança de Lisboa, dirigida por Rui Horta, seguindo-se, entre 1989 e 1991, a Companhia Metros, em Barcelona, com direcção de Ramón Oller.
Com companhia própria desde 1991, a coreógrafa criou e produziu numerosas peças, entre as quais Dançar Cabo Verde (1994), Anomalias Magnéticas (1995), Cemitério Dos Prazeres (1996), Natural (2005), Hot Spot (2006), E Dançaram Para Sempre (2007), Meu Céu (2008), Void (2009), ou Fica no Singelo (2013).
Em 2022, estreou Pantera, em homenagem ao mítico músico cabo-verdiano Orlando Pantera (1967-2001), espectáculo preparado um ano antes, quando a Companhia Clara Andermatt celebrou 30 anos de actividade, reforçando a ligação da coreógrafa a Cabo Verde.
Este filme integra a trilogia documental de Cristina Ferreira Gomes sobre as mais importantes coreógrafas portuguesas dos últimos cinquenta anos: desde 2023, foram lançados os capítulos dedicados a Vera Mantero e Olga Roriz, também numa co-produção com a RTP2.
A dança contemporânea tem sido um tema regular no trabalho de Cristina Ferreira Gomes e Luiz Antunes, interesse mútuo que se aprofundou a partir da produção de Portugal que Dança, a primeira série documental sobre dança contemporânea em Portugal, com 17 episódios.
Cristina Ferreira Gomes, realizadora que dirige a produtora Mares do Sul, estreou-se com o documentário Mulheres ao Mar, que lhe valeu o prémio Revelação no Festival Caminhos do Cinema Português, em 2002. Em 2020, com Os Últimos Dias, foi distinguida com o prémio de melhor documentário no festival FestIn.
O bailarino, coreógrafo e investigador Luiz Antunes, com formação em dança e em música, estudou com Anna Mascolo, figura incontornável na história da dança portuguesa e do ensino da mesma. O seu percurso passou também pela escola da Ópera de Paris e a escola de Jacques Lecoq. Foi ainda estagiário artístico e de produção do Ballet Gulbenkian e assistente de Olga Roriz. Enquanto coreógrafo, desenvolve o seu trabalho desde 2000. Foi fundador da Heurtebise - Associação Cultural e publicou vários trabalhos na área de investigação.