China descobre mais de 20 milhões de toneladas de cobre no Tibete

Governo chinês identificou quatro bases de cobre no planalto do Tibete. Quantidade do minério deve chegar às 150 milhões de toneladas e pode fazer do Tibete um centro global de exploração.

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Imagem de arquivo. O cobre tem aplicações em tecnologias como a energia solar, a energia eólica e os veículos eléctricos Marko Djurica / REUTERS
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As autoridades da China anunciaram esta segunda-feira, 6 de Janeiro, a recente descoberta de 20 milhões de toneladas de cobre no planalto tibetano, o que pode tornar a região numa fonte crucial daquele minério.

Quatro grandes bases de recursos de cobre, identificadas como Yulong, Duolong, Julong-Jiama e Xiongcun-Zhuno, foram identificadas pelo Ministério dos Recursos Naturais e pelo Gabinete Geológico da China no planalto, conhecido como “tecto do mundo” e localizado no extremo oeste do país.

Citados pela televisão estatal chinesa CCTV, os peritos do ministério afirmaram que a quantidade potencial total de cobre na área pode atingir 150 milhões de toneladas, posicionando a região como um futuro centro global de recursos de cobre.

Tang Juxing, membro da Academia Chinesa de Engenharia, sublinhou a importância estratégica do cobre como um metal chave no desenvolvimento e utilização de energia verde. “A procura por cobre é crucial para tecnologias como a energia solar e a energia eólica onshore e offshore, bem como para o fabrico de veículos eléctricos”, explicou o especialista. Tang sublinhou ainda que o aumento das reservas chinesas deste recurso reforça a cadeia de abastecimento e assegura a sustentabilidade do sector do cobre no país asiático.

As autoridades anunciaram que vão continuar a intensificar os esforços de exploração através da utilização de tecnologias avançadas e de projectos estratégicos. O planalto Qinghai-Tibete, também conhecido como “Terceiro Pólo", 30 vezes maior do que Portugal continental, tem vindo a adquirir uma importância económica crescente, devido às suas vastas reservas minerais e recursos energéticos.

No ano passado, a China aprovou uma lei para a protecção ambiental do planalto, o maior do mundo, em que certas actividades de construção e exploração mineira serão limitadas e, em alguns casos, proibidas. A água congelada armazenada no planalto alimenta rios como o Ganges, o Indo, o Mekong, o Yangtze e o Amarelo e fornece a centenas de milhões de pessoas no continente asiático recursos hídricos para irrigação, consumo e energia.