Empresa da EDP para o mercado regulado do gás passa a chamar-se Gás SU

Comercializadora que actua nos distritos de Porto, Braga e Viana do Castelo deixa cair o nome EDP Gás Serviço Universal para uma “distinção clara” face ao mercado liberalizado.

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Fábio Augusto
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A comercializadora de gás da EDP para o mercado regulado, a EDP Gás Serviço Universal, vai passar a chama-se Gás SU a partir desta segunda-feira.

A empresa presta serviço aos clientes da tarifa regulada em vários municípios do Litoral Norte e refere que a mudança “pretende cumprir as disposições da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), que exige uma distinção clara entre comercializadores no mercado regulado e no livre”.

Este movimento de mudança de marca segue-se às mudanças obrigatórias impostas pela ERSE relativamente ao comercializador regulado da electricidade, a antiga EDP Serviço Universal, que passou a SU Electricidade, e à EDP Distribuição (que não é comercializadora, mas sim a empresa que opera a rede de distribuição de electricidade na baixa, média e alta tensão), que passou a E-Redes, em processos morosos, que apenas ficaram concluídos em 2019 e 2021, respectivamente.

No mercado liberalizado de energia (electricidade e gás), o grupo EDP actua através da EDP Comercial.

“Além do novo nome, a Gás SU adopta uma nova identidade visual (imagem gráfica e cores) distinta das restantes empresas do grupo EDP. A nova imagem apresenta um logótipo actualizado e a empresa passa a utilizar a cor cobre suave, fortalecendo a identidade da Gás SU que, até agora, tinha uma identidade vermelha”, explicou a empresa, em comunicado.

A comercializadora adianta que a mudança já começou a ser comunicada aos clientes “e continuará a ser feita de forma progressiva”, sem alterar nem os serviços, “nem os preços praticados”. As tarifas reguladas de gás natural são definidas pela ERSE e não estão sujeitas a estratégias comerciais.

A empresa está sediada no Porto e tem “mais de 100 mil clientes”, em 29 municípios dos distritos do Porto, Braga e Viana do Castelo. Hoje, a EDP actua apenas como comercializadora regulada, mas, até 2017, era também concessionária de distribuição destes municípios, negócio que vendeu à REN, que hoje é dona da Portgás.

Ao contrário do mercado eléctrico, no caso do gás natural há mais do que um comercializador regulado. É o caso das várias empresas do grupo Floene (que têm igualmente concessões e licenças de distribuição regional, como a Beiragás ou a Medigás), das empresas do grupo Galp (como a Lisboagás) e da Sonorgás, que actua em Trás-os-Montes.

A EDP explicou que a mudança é feita ao abrigo do Regulamento das Relações Comerciais dos Sectores Eléctrico e do Gás, nomeadamente na parte relacionada com a diferenciação de imagem.

Segundo o regulamento da ERSE, os "operadores das redes de distribuição e os comercializadores de último recurso devem garantir a diferenciação de imagem e de comunicação relativamente às restantes empresas do grupo em que se encontram verticalmente integrados".

Ficam dispensadas desta obrigação os operadores das redes de distribuição e os comercializadores de último recurso "que sirvam um número de clientes inferior a 100.000", um número que a EDP diz ter ultrapassado.

Recorde-se que em 2022, no pico da crise energética motivada pela agressão russa à Ucrânia, o anterior Governo alterou a lei para permitir que os clientes do mercado liberalizado pudessem regressar à tarifa regulada, mais baixa. Com isto, vários consumidores voltaram para os chamados comercializadores de último recurso, embora esteja a haver um movimento de saída.

Em Setembro, segundo a ERSE, estavam no mercado regulado do gás pouco mais de 407 mil famílias e cerca de 36 mil pequenos negócios.

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