Quer saber a boa do findi? O PÚBLICO Brasil preparou um roteiro especial pela Lisboa com memórias do Brasil.
Se o Brasil foi português e Portugal já foi governado a partir do Rio de Janeiro, ficaram muitas marcas brasileiras em Lisboa. A pedida, este fim de semana, é um passeio por algumas delas.
No Palácio da Ajuda, que era a residência dos reis de Portugal antes de fugirem para o Brasil para não serem apanhados pelas tropas de Napoleão, encontra-se uma coleção de jóias feitas com ouro e pedras preciosas brasileiras. Dá para ver a coroa de D. Pedro II, feita de ouro e cravejada de diamantes, rubis e esmeraldas, além de uma coleção de diamantes, turmalinas, ametistas e topázios retirados do Brasil. O edifício foi construído em duas épocas. Uma durante os séculos XVIII e XIX, depois do terremoto, e apenas foi concluído no século XXI. De um lado há uma arquitetura antiga, enquanto do outro as linhas contemporâneas.
Plantas brasileiras
Durante os descobrimentos, os portugueses tiveram o hábito de levar plantas e frutas de uma das suas colônias para a outra. No Brasil não havia coco, manga, tamarindo. E levaram frutas e plantas brasileiras para outras geografias. Se quiser ver como se adaptaram algumas plantas brasileiras, é só ir ao Jardim Botânico da Ajuda, perto do palácio.
Talha dourada
No Largo da Misericórdia, é possível encontrar a Igreja de São Roque, a única com talha dourada de Portugal. É a pintura em ouro da madeira, que é comum nos templos barrocos de Salvador. Nessa igreja, uma das personagens históricas que pregava seus sermões era o Padre Antônio Vieira, nascido no Brasil, mas disputado por Portugal.
Arte indígena
Se quiser ver arte indígena brasileira, o Museu de Etnologia, em Belém, tem uma das maiores coleções da Europa. São mais de 1.700 peças, desde cocares, redes de pesca, cerâmicas, brincos e máscaras. Uma característica única dessa coleção é que a escolha das peças foi feita pelos próprios indígenas, que decidiram sobre o que é mais importante mostrar. Para ver a coleção, é necessário marcar com antecedência por telefone.
Palácio da família Cabral
O Palácio de Belmonte não era a casa onde viveu Pedro Álvares Cabral, porque foi construído depois da morte do descobridor do Brasil. Mas a família dele deu o nome e é considerado um tributo aos feitos da família Cabral. Situado ao lado da muralha do Castelo de São Jorge, é atualmente um hotel de luxo, que guarda memórias de vários períodos da história da cidade. Uma das torres fez parte de uma mesquita do século VII e VIII, mas o conjunto mistura também os estilos manuelino, renascentista e barroco.
Animais e plantas do Brasil
No final do século XVIII, os portugueses resolveram que precisavam conhecer melhor o Brasil. Enviaram uma missão que, durante dez anos, de 1783 a 1792, percorrendo milhares de quilômetros, o que incluiu o Pantanal e a Amazônia. Dirigida pelo naturalista Alexandre Rodrigues Ferreira, a missão recebeu o nome de "viagem filosófica" e recolheu milhares de espécimes de plantas, animais e foram feitos desenhos daquilo que era diferente do que havia em Portugal. Uma parte desse acervo, com animais empalhados, está na Academia de Ciências de Lisboa, no Bairro Alto.
Samba no domingo
No domingo, para quem quiser começar o ano no ritmo, no Maria Bonita Botequim, no Porto, o Samba no Chalé convida o Toque Social. É samba de raiz, num local onde também se pode aproveitar para comer uma boa feijoada e tomar uma caipirinha.
A equipe do PÚBLICO Brasil deseja um ótimo 2025 para todos.