Novo primeiro-ministro francês pede estabilidade política no seu primeiro Conselho de Ministros

François Bayrou reuniu-se com o seu Governo pela primeira vez desde que os ministros foram indigitados pelo Presidente francês, Emmanuel Macron.

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Bayrou coloca estabilidade política no centro da sua acção, numa altura em que terá de elaborar o orçamento do Estado para 2025 CHRISTOPHE PETIT TESSON / EPA
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O primeiro-ministro francês, François Bayrou, disse esta seta-feira que há “um caminho” para sair da instabilidade política, antes do seu primeiro Conselho de Ministros, no qual o Presidente Emmanuel Macron pediu unidade, audácia e aprovação rápida do orçamento.

“Há um caminho”, declarou François Bayrou aos seus ministros, segundo o seu gabinete, acrescentando: “Está ainda mais bem definido do que pensamos”.

O primeiro-ministro centrista, de 73 anos, colocou 2025 sob os auspícios da “reconciliação, acção e estabilidade”.

O Presidente Emmanuel Macron, por sua vez, pediu aos ministros unidade e audácia, informou a porta-voz do Governo, Sophie Primas.

Expressou ainda a sua “preocupação com a instabilidade que as democracias estão a viver”, acrescentou uma fonte governamental citada pela agência France Presse (AFP), e alertou para “golpes políticos que colocariam o país em perigo”. Bayrou foi o quarto primeiro-ministro francês em funções só em 2024.

O executivo do seu antecessor, Michel Barnier, durou três meses, antes de ser deposto por uma aliança de deputados de esquerda e de extrema-direita, num ciclo de instabilidade política que não se via em França há décadas.

A Assembleia Nacional (parlamento) está dividida em três blocos (esquerda, macronistas/direita e a extrema-direita da União Nacional) e nenhum tem maioria absoluta.

O primeiro desafio do novo Governo será aprovar um orçamento do Estado para 2025 na Assembleia Nacional, sob pressão da oposição e dos mercados financeiros.

Com um défice claramente decrescente, de 6,2% do Produto Interno Bruto (PIB) previsto para este ano, a França está na cauda da Europa neste indicador, ao apresentar o pior desempenho dos 27 do bloco comunitário, com excepção da Roménia, longe do limite máximo de 3% autorizado pelas regras da União Europeia.

Segundo o jornal Le Monde, Bayrou terá estabelecido uma meta de défice de 5,4% do PIB.

No dia 14 de Janeiro, fará a sua primeira apresentação de política geral.