Sporting arranca liderança isolada em Guimarães com empate aos 90+5’
Regresso de risco de Rui Borges ao castelo, num jogo electrizante, com oito golos. “Hat-trick” de Gyökeres não foi suficiente para evitar uma tremenda resposta vitoriana.
O Sporting entrou em 2025 com um empate (4-4) na deslocação a Guimarães, conseguindo no último sopro a liderança isolada do campeonato, aproveitando o adiamento do jogo do FC Porto, na Madeira. Apesar da veia goleadora de Gyökeres, o primeiro a marcar na Liga no novo ano e autor de um “hat-trick”, foi Trincão a evitar a derrota, após espectacular reviravolta protagonizada pela equipa da casa.
Depois da estreia vitoriosa no clássico com o Benfica, Rui Borges regressou a Guimarães para provar o veneno que elaborou nos primeiros meses da temporada no laboratório vimaranense, tendo estado na iminência de somar o primeiro desaire ao leme dos “leões”, encerrando, apesar de tudo, a primeira volta do campeonato na frente dos rivais, ainda que sob a ameaça portista e benfiquista.
O sucessor de João Pereira manteve o “onze” inicial com que se impôs aos rivais da Luz e viu Gyökeres puxar dos galões de máximo goleador do planeta no último ano civil logo aos dois minutos, arrancando ao estilo que habituou os sportinguistas para bater Bruno Varela com uma finalização que ainda beneficiou de desvio de Rivas.
O Sporting não podia ter imaginado um início mais assertivo, nem resposta tão curta e célere como a preparada pelos vitorianos, que em cinco minutos, depois de séria ameaça de Geny Catamo, chegaram à igualdade num livre de Tiago Silva.
A noite prometia, com os minhotos a optarem por um 4x2x3x1 em que Samu Silva se assumia como novidade na ligação entre o meio-campo e o ataque.
Mas um erro de Tiago Silva, num passe interceptado por Quenda, deu novo ensejo a Gyökeres... que o sueco não desperdiçou, recolocando o Sporting no comando do marcador, mas obrigado a suportar a reacção dos locais.
Daniel Sousa, sucessor de Rui Borges no comando técnico dos vimaranenses, tinha em Kaio César o elemento mais desequilibrador, com Gustavo Silva a tentar disfarçar as carências ofensivas de uma referência pura de ataque, pelo que as melhores situações de ataque acabaram por esfumar-se, sem que o Vitória conseguisse os níveis de eficácia indispensáveis para perturbar o adversário.
Em vantagem, o Sporting arriscava pouco, pelo que só em novo erro individual, numa transição do defesa João Mendes, esteve perto de ampliar por Hjulmand. Na verdade, não seria preciso muito mais para surpreender uma equipa que a dois minutos do descanso perdeu o “avançado”, forçando Daniel Sousa a destacar o canadiano Dieu para uma missão ingrata.
O Vitória precisava de mais qualquer coisa no ataque para além da inspiração de Kaio César. Mas a tarefa da formação da casa rapidamente se complicaria, com Gyökeres a completar o “hat-trick” que parecia encaminhar bem um triunfo quase certo, não fosse o inconformismo do extremo brasileiro, a reduzir a desvantagem e a margem de manobra "leonina", colocando sérias reticências para os 20 minutos finais.
À entrada dos últimos dez minutos, valeram os reflexos de Franco Israel, a negar o empate a Kaio César, numa fase crítica em que o Vitória deu tudo em busca de um ponto. E deu tanto que conseguiu o improvável: uma reviravolta em três minutos, com golos de João Mendes (82') e Dieu (85'), levando o Sporting praticamente ao tapete. Valeu a inspiração de Trincão mesmo a acabar, a obter o golo do empate.