Direcção do jornal O Jogo demite-se

É a segunda vez em cerca de um ano que a direcção do jornal desportivo está demissionária.

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O Jogo é o único dos três desportivos de tiragem nacional que é produzido maioritariamente no Porto Nuno Ferreira Santos
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A direcção do jornal O Jogo pediu a demissão na semana passada. Divergências com a administração sobre o rumo do desportivo terão estado na base desta decisão, disseram fontes ouvidas pelo PÚBLICO.

O jornal desportivo, o único dos três com tiragem nacional que é produzido maioritariamente a partir do Porto, tem Jorge Maia como director e João Araújo como director-adjunto. Jorge Maia não esteve disponível para falar com o PÚBLICO.

É a segunda vez em cerca de um ano que a direcção d’O Jogo está demissionária. Em Dezembro de 2023, o director Vítor Santos e Jorge Maia, que então era director-adjunto, pediram a demissão no contexto da turbulência que afectou o Global Media Group, de que o desportivo fazia parte naquela data.

Em Julho deste ano, O Jogo e outros títulos da Global foram vendidos à Notícias Ilimitadas, uma empresa constituída por um grupo de investidores especificamente com o intuito de adquirir o Jornal de Notícias, O Jogo, a TSF, a Volta ao Mundo, a Evasões e outros títulos. Jorge Maia subiu à direcção d’O Jogo e Vítor Santos passou a director do JN.

Um dos motivos invocados pela direcção para se demitir terá sido aquilo que considera ser a falta de investimento n’O Jogo.

A empresa anunciou no início de Dezembro que ia aumentar o salário mínimo para os 910 euros a partir de 1 de Janeiro com o objectivo de “melhorar o rendimento dos trabalhadores com salários mais baixos”, segundo um comunicado interno da administração. "[Esse aumento] traduz a confiança da administração e dos accionistas na capacidade de todos nós recuperarmos as empresas e construirmos um grupo de comunicação social sólido, assente na força dos nossos títulos, que, apesar de todas as vicissitudes por que passámos, continuam a ser referências de topo no panorama da comunicação social portuguesa”, podia ler-se na nota.

Os media em Portugal vivem dias conturbados. O grupo Trust In News, que detém a Visão, o Jornal de Letras, a Exame, a Caras e mais 12 títulos, está a passar por um processo de reestruturação que pode levar ao encerramento de pelo menos oito títulos e ao despedimento de 50 pessoas, segundo a proposta entregue a 27 de Dezembro e noticiada esta segunda-feira pela Lusa.

O Diário de Notícias, que se manteve na esfera do Global Media, anunciou que deixará de ser publicado em papel aos fins-de-semana a partir de Janeiro para “assegurar a sustentabilidade futura do projecto”, de acordo com um texto do director, Filipe Alves.

Já o PÚBLICO tem a decorrer um programa de rescisões amigáveis com o objectivo de “garantir a sua sustentabilidade e relevância a longo prazo no mercado”, de acordo com a administradora Cristina Soares.

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