Inundações deixam 13 mortos, 15 feridos e um desaparecido no Haiti

O mau tempo vem agravar o impacto da violência por parte de grupos armados de crime organizado e da instabilidade política no Haiti.

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Chuvas torrenciais provocaram a morte de 13 pessoas Larose Mikelson / REUTERS
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Chuvas torrenciais provocaram a morte de 13 pessoas Larose Mikelson / REUTERS
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As chuvas torrenciais que atingiram o Haiti nas últimas 72 horas resultaram até ao momento na morte de 13 pessoas, além de 15 feridos e um desaparecido, disse a Protecção Civil haitiana.

De acordo com um balanço provisório, divulgado na rede social X, as chuvas também destruíram 501 casas, enquanto 16.515 casas foram inundadas e outras 101 foram danificadas.

“As chuvas persistentes causaram inundações significativas em quatro departamentos (Noroeste, Grande Anse, Nippes e Norte) que afectaram estradas, casas e culturas”, indicou a Protecção Civil.

O mau tempo vem agravar o impacto da violência endémica por parte de grupos armados de crime organizado e da instabilidade política no Haiti, o país mais pobre das Caraíbas.

Pelo menos dois jornalistas foram mortos e vários ficaram feridos na terça-feira num tiroteio provocado por gangues durante a tentativa de reabertura de um dos principais hospitais da capital haitiana, Porto Príncipe.

Membros de grupos de crime organizado abriram fogo para impedir a cerimónia de reabertura do Hospital da Universidade do Estado do Haiti, também conhecido por Hospital Geral.

O hospital estava encerrado desde 29 de Fevereiro, após ter sido atacado por membros da coligação de grupos de crime organizado Viv ansanm.

O grupo incendiou na semana passada o estabelecimento privado Bernard Mevs, outro importante centro hospitalar de Porto Príncipe, destruindo grande parte do hospital, mas sem causar vítimas.

O ataque de terça-feira ocorre num contexto de crescente insegurança na capital, onde os ataques de gangues se repetem em vários bairros há mais de um mês.

No início de Dezembro, pelo menos 207 pessoas foram mortas numa operação contra praticantes do culto vudu, segundo a ONU.

A chegada este Verão de uma missão multinacional de apoio à polícia haitiana, liderada pelo Quénia e apoiada pela ONU e pelos Estados Unidos, não permitiu reduzir a violência dos grupos armados, acusados de numerosos assassinatos, violações, pilhagens e raptos.

Estes últimos atacam também sedes de instituições e provocaram nomeadamente o encerramento do aeroporto da capital em Novembro.

Devido ao ressurgimento da insegurança e ao aumento de massacres perpetrados por bandos armados contra a população civil, o Governo haitiano anunciou na semana passada um decreto de estado de emergência até 21 de Janeiro.

A decisão tem como objectivo “facilitar as várias intervenções da Polícia (Nacional Haitiana) na luta contra a insegurança e fazer face à crise agrícola e alimentar no país”.

O Conselho de Ministros criou ainda um Conselho Nacional de Segurança (CNS) para “responder aos diferentes aspectos da crise de segurança que assola o país”, e para cumprir os requisitos do acordo de 3 de Abril de 2024 para uma “transição pacífica e ordeira”.