Mercado da habitação volta a acelerar e preços crescem 10% no terceiro trimestre
Os preços de venda das casas em Portugal aumentaram 9,8% no terceiro trimestre de 2024, o que representa uma aceleração em relação ao que tinha sido registado no início do ano. Vendas disparam.
O mercado da habitação voltou a crescer de forma acentuada no terceiro trimestre, prolongando o movimento já verificado nos três meses anteriores, e os preços de venda das casas registaram uma nova aceleração, com um aumento de quase 10%.
Os dados foram divulgados, nesta segunda-feira, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que dá conta de que, no terceiro trimestre deste ano, o índice de preços da habitação registou uma variação de 9,8% face a igual período do ano passado. É uma aceleração em relação ao aumento de 7,8% que tinha sido registado no trimestre anterior, que também já tinha sido de aceleração. Esta evolução fica a dever-se, sobretudo, ao comportamento dos preços de venda das casas existentes, que subiram em 10,5%, enquanto os preços das habitações novas sofreram um aumento de 8,1%.
Também em cadeia voltou a haver um aumento dos preços, ainda que com uma ligeira desaceleração. No terceiro trimestre, os valores de venda das casas aumentaram em 3,7% em relação ao trimestre anterior, abaixo da variação trimestral de 3,9% que tinha sido verificada antes.
Estes valores são registados num período em que foram vendidas 40.909 casas em Portugal, um aumento de quase 20% em relação ao terceiro trimestre do ano passado, por um valor total de 9052 milhões de euros. Este montante representa uma subida de praticamente 28% em relação ao ano passado e é o valor mais elevado já registado num só trimestre desde que esta série estatística foi iniciada, em 2009, reflexo da subida cada vez mais acelerada dos preços.
Assim, no conjunto dos primeiros nove meses deste ano, venderam-se 111.111 casas em Portugal, por um valor total superior a 23.659 milhões de euros, números que correspondem a aumentos de 8,5% e 13,5%, respectivamente, em relação a igual período do ano passado. A variação mais baixa destes indicadores quando é considerado o conjunto do ano explica-se pelo abrandamento que havia sido registado no início de 2024.
Crescimento em todo o país
A análise por regiões mostra, ainda, que o crescimento do mercado foi transversal a todo o país, não se verificando quebra de vendas ou de valor total transaccionado em qualquer das regiões.
Os maiores aumentos voltaram a registar-se na Região Autónoma da Madeira, tal como tem acontecido há já vários trimestres. Aqui, venderam-se 977 casas no terceiro trimestre, mais 34% do que no ano passado, por um valor total superior a 232,8 milhões de euros, um aumento anual de 51%.
Segue-se a Área Metropolitana do Porto, onde, no terceiro trimestre, foram vendidas 6754 casas, por um valor total superior a 1,5 mil milhões de euros, números que correspondem a aumentos de 37% e 45%, respectivamente, em relação ao ano passado. Também no conjunto da região Norte, se verificaram aumentos acelerados, de quase 26% no número de vendas e mais de 37% no total transaccionado.
A região da Península de Setúbal também apresenta um crescimento acelerado, com um aumento de 22,8% no número de vendas e de 35,5% no montante total. Já na Grande Lisboa, tanto as vendas como o valor total cresceram na casa dos 20%.
Em sentido contrário, o Algarve foi a região a apresentar os valores de crescimento mais baixos, com um aumento de 1,98% nas vendas e de 0,48% no valor total transaccionado.