Rendas registam quebra ligeira, mas mantêm-se perto de nível recorde
No terceiro trimestre, as rendas caíram 1% em relação aos três meses anteriores, mas mantiveram-se em níveis historicamente elevados. Nas grandes cidades, valores continuam a subir a ritmo acelerado.
As rendas habitacionais registaram uma ligeira queda no terceiro trimestre deste ano, que não foi suficiente para retirar este indicador dos níveis historicamente elevados em que se encontra, na casa dos oito euros por metro quadrado.
Os dados, publicados nesta segunda-feira, são do Instituto Nacional de Estatística, que indica que, no terceiro trimestre deste ano, o valor mediano das rendas de novos contratos de arrendamento foi de oito euros por metro quadrado, uma queda de 1% em relação ao trimestre anterior, quando esta fasquia foi ultrapassada pela primeira vez desde que há registos e o valor mediano foi de 8,08 euros por metro quadrado. Ainda assim, quando a comparação é feita com o terceiro trimestre do ano passado, o valor das rendas regista uma subida acelerada, de 10,7%.
Este movimento foi verificado num período em que foram celebrados 23.684 novos contratos de arrendamento, uma queda de 5% em relação ao ano passado, mas um aumento de 6,8% face ao trimestre anterior.
O crescimento das rendas é transversal a praticamente todo o país. No segundo trimestre, a renda mediana aumentou, face ao ano passado, em quase todas as regiões analisadas pelo INE, à excepção de Trás-os-Montes, Baixo Alentejo, Alentejo Central e Açores.
Já a Beira Baixa, Lezíria do Tejo e Madeira registaram as maiores subidas, superiores a 20% em todos os casos, enquanto na Grande Lisboa, onde se encontram as rendas mais elevadas (com um valor mediano de 13,53 euros por metro quadrado), houve um aumento abaixo da mediana nacional, de 8,9%.
Nas grandes cidades, as subidas são ainda mais acentuadas e, na sua maioria, acima da média nacional. As rendas aumentaram em todos os 24 municípios com mais de 100 mil habitantes durante o terceiro trimestre e as subidas ultrapassaram o ritmo de crescimento registado a nível nacional em 11 deles. O Funchal volta a destacar-se, tal como já aconteceu nos trimestres anteriores, com um aumento de 25,9% da renda mediana, que se fixou em 12,70 euros por metro quadrado, seguindo-se a Maia, onde as rendas aumentaram em 20,7% e atingiram um valor mediano de 9,09 euros por metro quadrado.
Em Lisboa, que se mantém como a cidade mais cara do país, o crescimento das rendas foi mais lento do que no resto do país, com uma subida de 3%, para um valor mediano de 16,88 euros por metro quadrado. Na cidade do Porto, o aumento voltou a acelerar, para 8,3%, levando as rendas para um valor mediano de 12,57 euros por metro quadrado.
As regiões de Lisboa e Porto voltaram, por outro lado, a concentrar a maioria do mercado. Em conjunto, a Grande Lisboa e a Área Metropolitana do Porto responderam por mais de 42% do total de novos contratos a nível nacional.