Marcelo pede “recato” e “respeito pelas regras constitucionais” nas acções policiais
O Presidente da República ainda não viu as imagens, mas, mesmo assim, fez questão de avisar que acções policiais como a que aconteceu no Martim Moniz exigem “recato” das instituições e pedagogia.
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Marcelo Rebelo de Sousa avisa que as acções policiais como aquela que aconteceu na zona do Martim Moniz, em Lisboa, esta quinta-feira, exigem "recato" e devem ser levadas a cabo "respeitando as regras constitucionais e legais". Embora tenha insistido que ainda não viu as imagens por ter estado em Cabo Verde, o Presidente da República sublinhou que a segurança "deve ser exercida sem riscos de se considerar que a publicidade ou utilização de forma de cobertura de acontecimentos enquanto decorrem retire significado e carácter pedagógico que requer essa intervenção".
"Deve ser feito com recato por uma questão de afirmação das instituições" e "por uma questão do peso pedagógico" das mesmas, insistiu.
Para já, Marcelo Rebelo de Sousa irá informar-se sobre o que aconteceu. "Tenho que ver até que ponto houve esse equilíbrio de intervenção", embora, "à primeira vista", acredita que "foi o cumprimento de uma decisão judicial, com intervenção do Ministério Público, para fins específicos".
A acção da PSP desta quinta-feira está a gerar várias críticas. Luís Montenegro já defendeu a operação, dizendo que foi "muito importante" para criar "visibilidade e proximidade" no policiamento e para aumentar a sensação de tranquilidade dos cidadãos portugueses. "Muitas vezes não é preciso que haja muitos crimes para que as pessoas se sintam inseguras", disse Montenegro.
Moedas pede mais polícia
Esta sexta-feira, também o presidente da Câmara de Lisboa comentou a acção policial no Martim Moniz, defendendo-a. "Aquilo que eu olho é para as pessoas, o que elas precisam e o que elas pedem hoje em Lisboa é segurança e a percepção de insegurança que há na cidade", declarou Carlos Moedas. O autarca pediu ainda "mais polícia, mais PSP, mais Polícia Municipal". "De 200 homens e mulheres que pedi, só tive mais 20", queixou-se Moedas.
O autarca negou que as forças de segurança estejam a ser usadas contra os imigrantes? "De maneira nenhuma. Isso é uma injustiça, isso é totalmente errado, porque todos eles sabem aquilo que é a minha actividade a minha proximidade na rua, seja em qualquer pessoa", disse.
"Quem chega a Lisboa é lisboeta, todos respeitados por igual e é muito importante que isso fique claro. Agora, a cidade, desde há muito tempo que precisa de mais segurança e essa percepção de insegurança existe, existe nas pessoas e existe no terreno", conclui Moedas. com Adriana Castro