Homens cometem 97% dos tiroteios em massa nos EUA. Natalie é um caso atípico
Nesta segunda-feira, uma rapariga de 15 anos matou um colega e um professor na escola onde estudava, no estado norte-americano do Wisconsin.
Um dia depois do tiroteio numa escola em Madison que vitimou três pessoas, incluindo a atiradora, prossegue a investigação do caso pelas autoridades do estado norte-americano do Wisconsin. A polícia já interrogou amigos e familiares de Natalie Rupnow, a adolescente de 15 anos que terá sido a autora do crime, enquanto segue o rasto online da jovem.
O tiroteio ocorreu na manhã desta segunda-feira, 16 de Dezembro, na Abundant Life Christian School, uma escola cristã da cidade de Madison onde estudam cerca de 400 crianças e jovens do pré-escolar, ensino primário, básico e secundário. A autora do crime, que seria aluna da mesma escola, foi encontrada sem vida no local.
As autoridades norte-americanas estão agora a tentar perceber o que levou a adolescente a disparar uma arma de fogo numa sala de aula e a matar duas pessoas: um professor e um colega, também menor. Também não é claro como teve acesso à arma.
O ataque em Madison é um caso atípico entre centenas de tiroteios registados este ano em escolas dos Estados Unidos: é muito raro ter uma mulher identificada como responsável por um tiroteio em massa.
Segundo dados citados pela agência Reuters, apenas cerca de 3% de todos os tiroteios em massa nos EUA são perpetrados por mulheres.
"Identificar um motivo é a nossa principal prioridade, mas, neste momento, parece que resultou de uma combinação de factores", afirmou o chefe da polícia de Madison, Shon Barnes, em conferência de imprensa, sem revelar mais detalhes.
A polícia está a examinar o telemóvel, o computador e as publicações nas redes sociais da jovem de 15 anos, bem como a tentar verificar um alegado manifesto deixado pela atiradora.
Seis pessoas (cinco estudantes e um professor) ficaram feridas durante o ataque. Dois jovens permanecem em estado grave.
Sondagens feitas nos Estados Unidos mostram que os eleitores norte-americanos são a favor de um controlo mais rigoroso dos antecedentes dos compradores de armas, da imposição de restrições temporárias a pessoas em crise de saúde mental, e de um reforço das exigências de segurança para o armazenamento de armas em residências com crianças.
No entanto, e de uma forma generalizada, os governantes têm-se recusado a agir, invocando a protecção dada pela Constituição norte-americana aos proprietários de armas — mesmo num país em que os ferimentos causados por armas de fogo se tornaram a principal causa de morte de crianças e jovens.