Formação de imigrantes no turismo terá apoio dos centros de emprego e Rede GIP
Iniciativa “Integrar para o turismo” arranca oficialmente nesta quarta-feira e durará até ao final de 2025. Projecto conta com 2,5 milhões e prevê-se que sejam abrangidas cerca de mil pessoas.
Os cerca de mil imigrantes que, no âmbito de um apoio de 2,5 milhões de euros do Estado, poderão contar com acções de formação no sector do turismo serão seleccionados com o apoio dos centros de emprego, da Rede GIP (gabinetes de inserção profissional) Imigrante e dos municípios.
A informação foi adiantada ao PÚBLICO por fonte oficial do Ministério da Economia, explicando que o recurso a estes organismos se deve “à necessidade de identificar os beneficiários da formação”. Além disso, podem servir, segundo o Governo, “para facilitar a relação entre os migrantes e os serviços e respostas locais onde os cursos de formação decorrerão”.
O arranque inicial desta iniciativa, intitulada "Integrar para o turismo", será dado nesta quarta-feira à tarde em Lisboa com a assinatura do protocolo que envolve o Turismo de Portugal, enquanto promotor, e contará com a parceria da AIMA e da Confederação do Turismo de Portugal. Da parte do Governo, o processo é conduzido pelo secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado.
Esta iniciativa precisa ainda da participação de empresas ligadas ao turismo, com destaque para a hotelaria e a restauração – que reclamam da falta de mão-de-obra –, às quais, conforme já adiantou o PÚBLICO, caberá a responsabilidade financeira do estágio destes novos trabalhadores (onde se incluem refugiados). Antes disso, a formação ficará a cargo da rede de escolas de hotelaria e turismo do Turismo de Portugal.
“Tanto a escolha dos candidatos como das empresas aderentes só ocorrerá no contexto da implementação do programa”, afirmou fonte oficial do Ministério da Economia.
Segundo o cronograma oficial, a “identificação e selecção de participantes começará após a assinatura do protocolo e decorrerá até Julho”. Já a formação “técnica e prática deverá ter início em Fevereiro e durará até ao final de 2025”.
Entre os objectivos desta iniciativa, está o de “desenvolver competências profissionais nos migrantes e refugiados, que os habilitem a trabalhar em empresas de hotelaria, restauração e turismo, através de metodologias de formação prática de learning by doing, incluindo formação técnica nas áreas operacionais e formação sociocultural nas áreas das línguas, soft skills e cultura portuguesa”.
De acordo com uma análise sobre os imigrantes no mercado de trabalho em 2023, publicada recentemente pelo Banco de Portugal, o sector do alojamento e restauração é o segundo com maior peso de trabalhadores estrangeiros, com 31,1% do total (com destaque para brasileiros e nepaleses), auferindo salários mais baixos do que os portugueses. Em 2019, esse peso era de 15,9% e em 2014 não ia além dos 5,3%.