“Concordei e incentivei”, diz Ventura. Partidos reagem à queda de Albuquerque

A moção de censura ao governo madeirense foi aprovada esta manhã com os votos do Chega, JPP, PS, PAN e IL. Durante a discussão, os deputados do PSD e CDS falaram em “ordens de Lisboa”.

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Miguel Albuquerque é o primeiro líder madeirense a cair através de uma moção de censura Paulo Pimenta
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A queda do Governo Regional da Madeira foi confirmada esta terça-feira com a aprovação da moção de censura apresentada pelo Chega-Madeira. A partir dos Passos Perdidos da Assembleia da República, André Ventura, líder do Chega, foi um dos primeiros a reagir e a assinalar "o importante momento de viragem na Região Autónoma da Madeira". Segundo Ventura, a iniciativa da estrutura na Madeira teve "como propósito mostrar ao país e à região que há um novo partido que não é complacente com a corrupção".

A moção de censura ao governo madeirense, liderado por Miguel Albuquerque, foi aprovada esta manhã no Parlamento da Madeira, com os votos a favor do Chega (partido que apresentou a moção), o JPP, o PS, o PAN e a IL. Apenas PSD e CDS votaram contra.

Durante o debate da moção, na Assembleia Legislativa regional, PSD e CDS repetiram que a decisão do Chega-Madeira seguia "ordens de Lisboa". "Foi público que concordei, incentivei e motivei" a moção de censura, respondeu Ventura, quando confrontado pelos jornalistas.

Agora, diz, cabe ao "representante da República e ao Presidente da República" decidir se se deve avançar ou não para novas eleições antecipadas. "O Chega está confortável com as soluções apresentadas", diz, insistindo na necessidade de formar um novo governo que não inclua arguidos. "Se a solução for eleições, cá estaremos para as disputar", disse.

Segundo Ventura, a queda do Governo regional da Madeira também pressiona o primeiro-ministro, que em Outubro decidiu manter Miguel Albuquerque nos órgãos do PSD, no cargo de presidente do Congresso Nacional. "Ao decidir reconduzi-lo, o primeiro-ministro diz que está tudo bem" e por isso "está a ser cúmplice".

"Muitos pensavam que o Chega ia ceder à pressão", atirou. Segundo Ventura, esta decisão permitirá aos madeirenses "recuperar a confiança nas suas instituições", embora os eleitores tenham votado nesta composição parlamentar em Maio.

Rui Rocha: "responsabilidade da situação na Madeira é do PSD"

O líder da IL, Rui Rocha, responsabilizou o PSD pela situação na Madeira ao insistir numa "solução absolutamente desgastada" e sem padrões de exigência. "Quero sublinhar que a responsabilidade principal da situação na Madeira é do PSD. Aliás, a senhora ministra da Justiça nos últimos dias apresentou um pacote anticorrupção e a minha pergunta é se esse pacote vai ser ou não aplicado na Madeira, porque na Madeira parece haver regras diferentes", criticou, citado pela Lusa, em declarações aos jornalistas.

O líder da IL qualificou como "absolutamente insustentável" um Governo regional que, em oito elementos, conta cinco arguidos.

"Essa responsabilidade é uma responsabilidade exclusiva do PSD que insiste nesta situação e, com grande espanto, eu vejo o próprio PSD nacional, o secretário-geral, Hugo Soares, a fazer declarações que considero absolutamente inapropriadas", condenou Rui Rocha.

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