Sismo de magnitude 7,3 atinge Vanuatu, no Pacífico

Cruz Vermelha Internacional regista pelo menos 14 mortes e mais de 200 feridos.

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"Foi o terramoto mais violento que presenciei nos meus 21 anos de vida em Vanuatu e nas ilhas do Pacífico", disse uma testemunha STEPHANE RIVIER / HANDOUT / EPA
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Um terramoto de magnitude 7,3 na escala de Richter atingiu a capital de Vanuatu, Port-Vila, esta terça-feira, 17 de Dezembro, danificando edifícios e veículos e causando pelo menos 14 mortes, segundo a Cruz Vermelha Internacional. O abalo foi sentido pelas 12h47 locais (1h47 em Lisboa).

A emissora estatal de Vanuatu, VBTC, mostrou imagens de veículos esmagados pelo desmoronamento de um edifício numa rua de comércio, onde uma pessoa ficou presa entre os escombros.

Na manhã desta terça-feira, as autoridades locais confirmavam uma vítima mortal e vários feridos transportados para o hospital. É expectável que o número de vítimas continue a aumentar à medida que avança a retirada de escombros e as operações de busca.

"Foi o terramoto mais violento que presenciei nos meus 21 anos de vida em Vanuatu e nas ilhas do Pacífico. Assisti a muitos grandes terramotos, mas nunca a nenhum como este", afirmou Dan McGarry, jornalista da organização Organized Crime and Corruption Reporting Project, em entrevista à Reuters.

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Um mapa do sismo disponibilizado pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) mostra a localização do terramoto USGS HANDOUT / EPA

A estrada que liga Port-Vila ao terminal de embarque internacional foi bloqueada por deslizamentos de terras, acrescentou. Outras imagens publicadas nas redes sociais mostraram janelas empenadas e pilares de betão desmoronados num edifício que alberga embaixadas estrangeiras na capital, incluindo a dos Estados Unidos, do Reino Unido, da França e da Nova Zelândia.

Um porta-voz da embaixada dos EUA na Papua-Nova Guiné adiantou que a representação diplomática norte-americana em Port-Vila tinha sofrido "danos consideráveis" e estava encerrada até nova ordem. Também das delegações da Nova Zelândia e da Austrália em Vanuatu chegaram relatos semelhantes.

Nesta terça-feira, todo o país registou falhas nas redes de telecomunicações, provocadas pelo abalo. Na impossibilidade de contactar as autoridades de Vanuatu, a Reuters não pôde, até ao momento, confirmar os dados relativos ao número de vítimas.

Segundo dados do Serviço Geológico dos Estados Unidos, o sismo teve o seu epicentro 30 quilómetros a Oeste de Port-Vila, a 57 quilómetros de profundidade.

Ao terramoto mais forte seguiram-se uma dúzia de réplicas que atingiram Vanuatu, algumas suficientemente fortes para serem sentidas em Port-Vila, acrescentou Dan McGarry. "Houve um que nos deixou a todos em alerta, mas nenhum foi tão mau como o choque inicial", disse.

Menos de duas horas após o sismo, o Sistema de Alerta de Tsunami dos EUA deixou cair o alerta de tsunami para Vanuatu. As autoridades dos Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia também confirmaram a inexistência de ameaça de tsunami nos seus territórios.

A chefe da diplomacia australiana, Penny Wong, garantiu que a Austrália está a acompanhar de perto a situação após o "terramoto devastador". "Estamos prontos a apoiar Vanuatu, à medida que os danos são avaliados. Vanuatu é uma família e estaremos sempre presentes nos momentos de necessidade", afirmou em comunicado.

Os sismos são comuns em Vanuatu, um grupo de 80 ilhas onde vivem cerca de 300 mil pessoas e que se situa no chamado Anel de Fogo do Pacífico, zona conhecida pela intensa actividade sísmica e vulcânica.

Vanuatu está classificado entre os países mais vulneráveis a catástrofes naturais, como sismos, tempestades, inundações e tsunamis, de acordo com o relatório anual Global Risks Report.

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