Organização síria diz que Israel voltou a bombardear instalações militares
ONG diz que estes foram os ataques “mais pesados desde 2012”. Israel intensificou os ataques aéreos contra território sírio há uma semana
Ataques israelitas visaram instalações militares na região costeira de Tartus, na Síria, na noite de domingo, disse a organização não-governamental (ONG) Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
"Aviões de guerra israelitas lançaram ataques" contra vários locais, incluindo unidades de defesa aérea e "depósitos de mísseis terra-terra", indicou o OSDH.
A ONG, com sede em Londres mas com uma grande rede de informadores na Síria, descreveu estes ataques como "os mais pesados desde 2012" na região costeira de Tartus, onde se encontra uma base naval russa.
Israel intensificou os ataques aéreos contra território sírio há uma semana com o objectivo declarado de destruir arsenal militar do exército do regime do Presidente Bashar al-Assad para impedir que as armas caiam nas mãos de grupos que possam vir a atacar território israelita.
Horas antes, o OSDH avançou que as autoridades israelitas atacaram também os radares do aeroporto militar de Deir Ezzor (nordeste).
A 8 de Dezembro, os rebeldes declararam Damasco "livre" do Presidente Bashar al-Assad, após 12 dias de ofensiva de uma coligação liderada pelo grupo islâmico Organização de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al Sham ou HTS, em árabe), juntamente com outras facções apoiadas pela Turquia, para derrubar o governo sírio.
O Presidente sírio, que esteve no poder 24 anos, exilou-se na Rússia, avançaram as agências de notícias russas TASS e Ria Novost.
Rússia, China e Irão manifestaram preocupação pelo fim do regime, enquanto a maioria dos países ocidentais e árabes se mostrou satisfeita por Damasco deixar de estar nas mãos do clã Assad.
No poder há mais de meio século na Síria, o partido Baath foi, para muitos sírios, um símbolo de repressão, iniciada em 1970 com a chegada ao poder, através de um golpe de Estado, de Hafez al-Assad, pai de Bashar, que liderou o país até morrer, em 2000.