Saiba em que condições e onde doar brinquedos já usados

Presidente da Associação Integrar relembra que “doar não significa dar algo estragado”. Muitas vezes, as associações recebem brinquedos estragados sem a possibilidade de seguirem rumo a um novo lar.

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Várias iniciativas estão a decorrer pelo país para recolher brinquedos e os doar a crianças carenciadas Daniel Rocha
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São várias as iniciativas que, por esta altura, surgem com o intuito de dar uma nova vida a brinquedos que estão arrumados em casa e a quem já ninguém dá uso. Para realizar uma doação consciente, é importante que o doador tenha alguns cuidados na hora de decidir o que deve entregar.

O primeiro passo é perceber que “doar não significa dar algo estragado”, explica Jorge Alves, presidente da Associação Integrar. Por vezes, no momento de os voluntários fazerem a triagem para reunir os bens que têm condições de seguir para doação, são recebidos “brinquedos estragados”, conta o dirigente, acrescentando que, aliada à falta de condições do equipamento, se junta a impossibilidade de, depois, o reciclar. Relativamente à tipologia dos brinquedos, Jorge Alves sublinha que as crianças com dificuldades económicas “têm os mesmos gostos que as outras crianças”.

No caso da doação de brinquedos electrónicos, por exemplo, deve haver o cuidado de o doador se certificar de que funcionam e, caso necessitem de pilhas, incluí-las, se houver essa possibilidade. “São pequenas migalhas que fazem a diferença”, resume Jorge Alves.

Se estiver à procura de peluches para seguirem rumo a uma doação, é importante verificar que o brinquedo não está “todo roto” e sem possibilidade de reparo. Se houver a possibilidade de o produto ser entregue lavado, a associação agradece, uma vez que também este processo passa pelas mãos dos voluntários.

Quando se fala em doar pensa-se numa “atitude de cidadania” e, portanto, o presidente da associação considera importante entregar produtos “em condições” para as mãos de crianças que, em muitos casos, “nunca tiveram um brinquedo que pudessem mexer, manusear e até estragar”.

Dados revelados pela Pordata mostram que, em Portugal, há 2,1 milhões de pessoas que não têm condições para adquirir bens essenciais. Embora o número de pedidos por parta das famílias carenciadas aumente nas vésperas do Natal, Jorge Alves alerta para o facto de este tipo de solicitações serem realizadas ao longo de todo o ano.

Onde entregar os brinquedos?

Depois de verificar se os brinquedos reúnem as condições desejáveis para seguirem rumo a um novo lar, basta dirigir-se a locais que façam este género de recolha. Eis alguns exemplos de iniciativas que estão a decorrer pelo país com o objectivo de reunir brinquedos para os entregar a crianças economicamente desfavorecidas:

A Associação Integrar está a realizar uma recolha de livros, que podem ser entregues na sua sede, em Coimbra, de segunda a sexta-feira das 10h às 13h e das 14h às 18h e, no sábado, das 9h às 13h, até dia 31 de Dezembro. Junto da associação encontra-se, além disso, um “refúgio literário” dentro de uma espécie de cabine telefónica aberta 365 dias por ano e 24 horas por dia, com o intuito de “doar, levar e também trocar” livros.

A Associação Mecenas está a angariar fundos monetários para organizar um jantar de Natal para pessoas carenciadas, no maior número de distritos possível. O objectivo passa também por comprar brinquedos e distribuí-los a crianças até aos 14 anos que estejam institucionalizadas. Em Bragança, Macedo de Cavaleiros e nas vilas de Mogadouro e Vila Flor, desde Agosto, foram colocados nas ruas pela Cáritas Diocesana contentores destinados a receber roupa, calçado e brinquedos.

Em Amarante, fruto de uma colaboração entre a ERA e a junta de freguesia, há uma recolha de bens no edifício da agência imobiliária de segunda a sexta-feira, entre as 9h30 e as 19h30, até dia 20 de Dezembro. No caso da associação Ajuda de Mães, presente em Lisboa e em Santarém, podem ser entregues brinquedos para bebés de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h.

O município de Redondo, em Évora, está a realizar a recolha de brinquedos até 6 de Janeiro.

No caso de não ter conhecimento de um local próximo que esteja a realizar a recolha de brinquedos para doação, dirija-se à junta de freguesia, paróquia ou associações de moradores, para lhe serem dadas informações sobre o local onde pode entregá-los.


Texto editado por Bárbara Wong

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