Sp. Braga salva um ponto mas continua sem vencer
Estreia de Hugo Oliveira como treinador do Famalicão rendeu um empate. Mas podia ter sido melhor.
Para quem avalia um grande jogo de futebol pelo número de golos o Sporting de Braga-Famalicão desta segunda-feira foi uma excelente partida. Teve seis golos, três para cada lado, e emoção até, literalmente, ao fim. Mas para quem analisa o futebol como um jogo de equilíbrios, de compensações, de segurança defensiva e eficiência ofensiva, o embate entre os dois emblemas do Minho significa uma enorme dor de cabeça.
No caso do Sp. Braga, que chegava a esta partida depois de dois jogos sem vencer, um presidente a criticar a atitude dos jogadores e um ambiente em torno da equipa muito negativo, o jogo com o Famalicão deixa um sentimento mais amargo do que doce. É verdade que os bracarenses foram capazes de recuperar de um 2-0 e de um 3-1. É certo que construíram lances mais do que suficientes para se terem colocado em vantagem no marcador e, depois, conseguirem a reviravolta no resultado.
Mas não é menos verdade que o Sp. Braga é, actualmente, uma equipa desequilibrada, que rapidamente se “parte” no relvado e com uma defesa incrivelmente permeável.
No lado do Famalicão, a estreia de Hugo Oliveira como sucessor de Armando Evangelista no cargo de treinador, podia (e devia) ter sido bem mais lucrativa. Isto porque, depois de ter conseguido chegar a uma vantagem de dois golos por duas vezes, foi incapaz de a segurar, apesar do reforço defensivo que o seu novo técnico promoveu nos minutos finais da partida. E foi por muito pouco que os famalicenses não saíram da “pedreira” derrotados, o que seria pavoroso para uma equipa que aos 55’ vencia por 2-0 e aos 70 por 3-1.
Para um espectador desapaixonado, contudo, o jogo de Braga foi espectacular. Futebol rápido, muitos lances de perigo junto de ambas as balizas, poucos cartões, belas defesas e belos golos.
Na primeira parte o Sp. Braga esbanjou. Ou melhor Zlobin impediu os golos dos “arsenalistas” com várias grandes defesas. Depois do desperdício o “castigo”, que surgiu após um livre e um autogolo de El Ouazzani segundos antes do intervalo.
Carlos Carvalhal trocou o ponta-de-lança para a segunda parte e pediu um pouco mais de risco à sua equipa, mas um contra-ataque felino do Famalicão levou ao 2-0.
O Sp. Braga precisou que Ricardo Horta entrasse em campo para levantar a cabeça e o internacional português, no seu jogo 400 na I Liga, fez o 2-1 pouco depois de ter entrado em jogo, dando esperança à equipa.
A partida entrou, então, num ritmo “de loucos”. Gil Dias, fez um golaço e o 3-1, mas Paulo Oliveira e, de novo, Horta, deram esperança aos bracarenses, que viram ainda Mihaj fazer um corte sobre a linha de baliza já em período de descontos.