FC Porto bateu o Estrela com muita calma e pouca arte

Os visitantes não fizeram muito por vencer, mas o FC Porto também não produziu o que se espera de um candidato ao título. Desta vez foi suficiente.

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FC Porto e Estrela em duelo no Dragão Miguel Vidal / REUTERS
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Jogo paciente, segurança defensiva, muita posse de bola e, em geral, pouca arte. Foi assim que o FC Porto bateu nesta segunda-feira o Estrela da Amadora, por 2-0, em jogo da ronda 14 da I Liga.

A equipa portista não teve muitas oportunidades de golo e o valor de golos esperados andou a rondar os 0,60 em quase todo o jogo, enquanto o Estrela jogou com 11 – algo que atesta o pouco futebol criado pela equipa de Vítor Bruno.

Foi, ainda assim, um jogo seguro e com controlo total dos acontecimentos – e isso chegou para vencer, mas, a longo prazo, poderá ser insuficiente para o que se pede a um campeão.

Desenho do Estrela

O Estrela levou ao Dragão um 5x3x2 em “funil”, com uma defesa bastante larga, uma linha média um pouco mais compacta e uma linha ofensiva mais compacta ainda, fazendo a ponta do “funil”, com Pinho e Kikas a pressionarem a saída do FC Porto em dois contra dois.

Isto obrigou o FC Porto a mobilizar Eustáquio para a primeira fase de construção e por consequência a recuar mais Nico do que possivelmente Vítor Bruno quereria.

O tal “funil” do Estrela foi uma opção interessante, porque tirou a largura ao FC Porto sem que isso significasse oferecer espaço no corredor central – no fundo, permite cobrir toda a zona defensiva, ainda que tenha o ónus de forçar a equipa a abdicar de ter extremos capazes de contra-atacar.

No FC Porto, Galeno foi, uma vez mais, aposta a lateral, algo que beneficia o brasileiro, sempre mais forte em largura e em velocidade, vindo de trás, do que no um contra um puro, sem tanto espaço. Essa possibilidade também beneficia Pepê, que pode jogar como ala-interior, sem ter de partir sempre da zona central – zona que tinha Namaso, jogador muito agressivo.

Essa agressividade sem bola por parte do inglês foi visível em vários momentos, com muitos duelos ganhos pelo atacante – e algumas bolas recuperadas em zona ofensiva.

Em teoria, tudo isto faz sentido, porque as características dos jogadores parecem mais complementares entre si, mas o menor “perfume” de Namaso entre linhas, bem como a maior distância de Nico à zona de definição, acabam por tirar alguma capacidade ao FC Porto de criar perigo.

Nico decidiu

O perigo chegou de bola parada, aos 12’, num lance que não surpreende – o Estrela é a segunda equipa da I Liga com mais golos sofridos de bola parada. O FC Porto desenhou um esquema no qual colocou quatro jogadores ao segundo poste e o Estrela optou por marcar dois deles homem a homem e dar os outros dois “de borla”, preferindo mobilizar mais gente para o controlo zonal. Resultado: Galeno e Nico livres e o espanhol finalizou sem qualquer problema.

O FC Porto ainda teve na primeira parte um par de lances de perigo – um deles numa boa transição rápida de Pepê –, mas, em geral, a equipa portista criou muito pouco para o volume ofensivo e domínio territorial que tinha.

Na segunda pouco mudou. O Estrela não tinha muito para dar e o FC Porto controlava com bola. Houve algumas excepções por volta dos 60 minutos, com um lance de perigo em cada baliza – no caso dos “dragões”, na única ocasião em que Namaso conseguiu criar com bola.

Se o Estrela já criava pouco ainda menos criou nos últimos 15 minutos, depois da expulsão de Danilo Veiga por duplo amarelo. Bruno Brígido ia mantendo o Estrela no jogo, mas a equipa não tinha nada para oferecer no ataque e acabou por sofrer o 2-0 num contra-ataque definido por Gonçalo Borges.

Apesar do triunfo, que coloca o FC Porto provisoriamente no segundo lugar da tabela, o ambiente no Dragão ainda não é totalmente pacífico e, no final da partida, muitos elementos da claque Super Dragões abandonaram a bancada e tiraram faixas e bandeiras antes do momento em que a equipa agradeceu o apoio dos adeptos.

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