Innovators Forum ’24: inspirar, inovar e impactar com a circularidade

A circularidade foi o tema escolhido para debate do Innovators Forum’24, que contou com uma plateia cheia e uma agenda com nomes de peso

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O dia era de muito sol e calor, para uma tarde de Novembro, na cidade de Lisboa, e esse facto não escapou a quem subiu ao palco da segunda edição do Innovators Forum’24, que aconteceu no dia 27 de Novembro, no Pátio da Galé.

Sob o lema "Inspirar. Inovar. Impactar.", o evento destacou-se como um espaço de colaboração para moldar um futuro circular, procurando promover prácticas sustentáveis e dar a conhecer casos práticos e bem-sucedidos no seio da economia circular, uma vez que a sustentabilidade faz formalmente parte da trajectório da Sonae há três décadas, sendo agora mais urgente do que nunca.

Perante as 350 pessoas presentes, Cláudia Azevedo, CEO da Sonae, fez a sessão de abertura, na qual apresentou os projectos mais recentes da empresa com impacto positivo na sociedade e relacionados com o tema da circularidade. Afinal, a circularidade não é apenas uma questão ambiental, mas também uma oportunidade de negócio.

“É importantíssimo inovar porque, para passarmos de um modelo linear para um modelo circular, é preciso muita inovação”, frisou, não deixando de alertar que Portugal está bastante abaixo dos números de circularidade da Europa.

Um programa de nomes grandes e de projectos e ideias ainda maiores

Com um panorama global onde apenas 7,2 por cento da economia é circular e 91 por cento dos materiais são desperdiçados, o fórum reuniu especialistas, empresas e académicos para debater soluções práticas e inovadoras. Este compromisso para com a sustentabilidade faz parte da trajectória de três décadas da Sonae, sendo agora mais urgente do que nunca.

Ivonne Bojoh, CEO da Circle Economy Foundation, deu, posteriormente, uma perspectiva mais global sobre a urgência da circularidade, que explicou ser “muito mais do que reciclar”. E defendeu ao apresentar os insights do último relatório Global Circularity Gap: “É possível ter uma vida confortável, mesmo com menos um terço dos materiais que utilizamos, actualmente”.

E muitos exemplos práticos foram dados ao longo de toda a tarde do dia 27 de Novembro de como a circularidade é possível e necessária, através de apresentações com nomes de peso como Gunter Pauli, economista e especialista em sustentabilidade, bem como Bernd Halling, Head of Policy and Outreach da Re-imagine Europe, e Raphaël Masvigner, co-fundador da Circul'R, que procuraram inspirar os presentes a adoptarem práticas mais sustentáveis e de colaboração entre vários sectores.

Sónia Cardoso, directora de Sustentabilidade da Sonae, explicou antes do evento que “a economia circular não é o futuro – é o presente”, e, como tal, o painel que moderou, contou com três empresas que, actualmente, já têm projectos de sustentabilidade e circularidade. Com a presença de Bruno Borges, CEO da iServices e em representação da Worten, Mafalda Paz Coutinho, Sustainability Specialist da Salsa Jeans, e Ana Vilaça, Sustainability Expert da MC, a opinião foi unânime: o desafio existe, mas há condições para que as empresas e marcas apostem na circularidade, uma vez que também o consumidor tem interesse nas iniciativas e soluções mais sustentáveis.

E os números são a prova: Bruno Borges relatou que a iServices já conseguiu, desde 2011, recondicionar 500 mil dispositivos, evitando, assim, a emissão de 25.605 toneladas de CO2; e Mafalda Paz Coutinho explicou que, através do projecto Infinity – que restaura e recupera peças de roupa –, a Salsa Jeans reparou mais de 4.000 peças, em 2023, com uma adesão que aumentou 58 por cento face ao ano anterior.

Mas, em projectos como estes, o processo de implementação não é linear e fácil, “é preciso muita resiliência”. Como contou Ana Vilaça, a iniciativa Reuse Models, do Continente, obrigou a que “ao longo do projecto-piloto, tivéssemos de adaptar muitas coisas”. Ainda assim, alerta: “apesar de termos os nossos fornecedores, que nos apoiaram, é preciso cultivar e promover uma conversa que seja concertada com vários stakeholders. Só assim conseguiríamos ter um modelo de circularidade mais forte”.

Também projectos como a reciclagem de madeira, enquanto motor para tornar o sector e a sua inovação mais sustentáveis, como é o caso da Sonae Arauco, representada por Nuno Calado, Wood Regulation & Sustainability Manager; ou iniciativas para reduzir desperdícios e aumentar a reutilização de materiais, como a levada a cabo pela IKEA, representada por Ana Barbosa, Sustainability Manager, receberam o merecido destaque desta iniciativa.

Paulo Azevedo, chairman da Sonae, encerrou a tarde de debate e discussão com o caminho futuro da economia circular - um caminho que diz não ser opcional, uma vez que "a circularidade é crucial para a sustentabilidade", mas um caminho que reconhece como "muito difícil para todos".

Quanto ao futuro, terminou com um incentivo para todos os presentes: "Vamos ser parte desta jornada, vamos dar o exemplo para a economia circular e vamos fazê-lo com o optimismo de que é possível, mas também com o conhecimento de que é um desafio duro para o qual vamos precisar da nossa capacidade de inovar, criar e encontrar novas soluções".

Com modalidades de participação online e presencial, o fórum foi também uma oportunidade única de networking entre líderes e profissionais interessados em transformar práticas empresariais para um futuro mais sustentável.

O Innovators Forum '24 Circularity permite, assim, continuar a reforçar o papel da Sonae e de Portugal como promotores de inovação e sustentabilidade, promovendo sinergias e ideias disruptivas essenciais para enfrentar os desafios ambientais globais.

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