Quota de pesca do bacalhau cresce para as 6318 toneladas com regresso às águas do Canadá
Portugal negociou um acréscimo de 3% das possibilidades de pesca no próximo ano, para um total de 18.419 toneladas, a que corresponde um aumento de 2,8 milhões de euros do valor comercial.
As quotas de pesca de Portugal para o ano de 2025 vão aumentar 560 toneladas, ou 3%, face a este ano, para um total de 18.419 toneladas, com os totais admissíveis de captura de espécies como o espadarte, o goraz, a raia e o tamboril a crescer no próximo ano.
O aumento da quota nacional equivale a “um acréscimo monetário de 2,8 milhões de euros”, anunciou a secretária de Estado das Pescas, Cláudia Monteiro de Aguiar, que considerou o resultado das negociações dos Totais Admissíveis de Capturas (TAC) e quotas dos stocks de pesca que são geridos pela União Europeia como “bastante positivo” para Portugal.
A maior novidade da negociação foi a reabertura à pesca do bacalhau das águas NAFO junto ao Canadá no próximo ano, 32 anos depois do seu encerramento. No regresso àquele pesqueiro, a frota nacional terá uma quota de 234 toneladas para gerir, com o compromisso de uma revisão da chave de repartição no futuro.
Um valor que permitirá “compensar” a limitação das possibilidades de pesca no arquipélago de Svalbard, na Noruega, que sofreu uma redução de 26% para 992 toneladas, e assim assegurar que a quota nacional de bacalhau crescerá para as 6318 toneladas, em 2025. Nas contas do Governo, este acréscimo de 147 toneladas da quota tem um valor acrescentado de cerca de 680 mil euros.
Portugal saiu da negociação com um aumento de 23% na quota do areeiro, que será de 131 toneladas; de 17% na quota do tamboril, para 864 toneladas; de 10% no espadarte do Atlântico Norte, para 1108 toneladas; e de 6% na raia, para 1816 toneladas.
As possibilidades de pesca da pescada e do lagostim mantiveram-se estáveis, nas 5111 toneladas e 179 toneladas, respectivamente. O total admissível de capturas do atum-patudo do Atlântico aumentou ligeiramente (1%) para 2856 toneladas.
Em relação ao goraz, o Governo conseguiu um acréscimo de 53% do total de capturas ao largo do continente. Já para a Região Autónoma dos Açores, foi evitado o “corte drástico” de 35% das possibilidades de pesca proposto pela Comissão Europeia e fixado um TAC provisório que “garante a regular operação da frota dos Açores durante o primeiro semestre de 2025”, garantiu uma fonte governamental.
Durante as negociações, foi possível chegar a um acordo com a Comissão Europeia para proceder a uma reavaliação com base em novos dados científicos relativos ao estado da espécie, com o objectivo de fixar um TAC definitivo para 2025.
“O exercício de fixação das possibilidades de pesca deste ano foi particularmente exigente, mas conseguimos garantir um acordo equilibrado, que nos permitirá manter as unidades populacionais a níveis sustentáveis e proteger o ambiente marinho, tendo simultaneamente em conta a viabilidade do sector”, considerou o ministro da Agricultura da Hungria, István Nagy, que dirigiu a reunião, uma vez que é o seu país que detém a presidência rotativa do Conselho da União Europeia.