Oito localidades vão acolher Unidades Patrimoniais Territoriais já em 2025
Dispersos por todo o país, de Bragança a Faro, estes novos organismos serão dotados de equipas multidisciplinares e farão o acompanhamento local do património, anunciou a ministra da Cultura.
Oito localidades, de norte a sul do país, vão acolher a partir de 2025 as futuras Unidades Patrimoniais Territoriais (UPT), às quais caberá acompanhar localmente o património, anunciou esta quarta-feira a ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, no Parlamento.
"Há situações muito críticas na área da preservação do património cultural, estruturas fortificadas em iminência de derrocada", alertou a ministra perante os deputados presentes na Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto.
Dalila Rodrigues respondia a questões sobre as UPT durante uma audição regimental na comissão parlamentar, depois de ter sido ouvida na sequência de requerimentos dos grupos parlamentares do PS e do BE sobre o Centro Cultural de Belém, a exoneração da sua ex-presidente e as opções políticas do Governo para esta instituição.
São Martinho de Tibães (distrito de Braga), Santa Clara-a-Velha (Coimbra), Unidade Arqueológica do Freixo (Porto), São João de Tarouca (Viseu), São Bento de Cástris (Évora), Ruínas Romanas de Milreu (Faro), Miranda do Douro (Bragança) e Marvão (Portalegre) são as localidades anunciadas pela ministra da Cultura para acolher as Unidades Patrimoniais Territoriais.
Dalila Rodrigues tem vindo a criticar a reforma do sector do património cultural concretizada no início do ano pelo Governo socialista, apelidando-a de "desastrosa", sobretudo para o interior do país, nomeadamente com a extinção das antigas Direcções Regionais de Cultura, cujas competências passaram para as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR).
Para "revitalizar o trabalho de preservação no terreno", que, segundo a ministra, se encontra "negligenciado e excluído", vão ser criadas as UPT, que avançarão já em 2025 com o objectivo de solicitar as intervenções necessárias no património local.
Contactada pela agência Lusa sobre qual será a actividade e modo de funcionamento destas unidades, fonte da Secretaria de Estado da Cultura precisou que serão compostas por "equipas multidisciplinares com competências para exercer a vigilância, controlo e monitorização dos espaços e equipamentos patrimoniais da sua área de acção".
Em Novembro, uma nota explicativa do programa orçamental da Cultura do Governo para 2025 indicava a concretização das UPT com uma dotação até dois milhões de euros.
A reorganização do património cultural protagonizada pela anterior tutela, do Governo socialista, levou à extinção da Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) e à criação de duas novas entidades, a funcionar há quase um ano: a empresa pública Museus e Monumentos de Portugal (MMP) e o instituto público Património Cultural.