Quase 90 mil pessoas retiradas e voos cancelados após erupção de vulcão nas Filipinas

Erupção de quatro minutos lançou coluna de cinzas de quatro quilómetros e mistura de lava quente, gás e rocha vulcânica desceu por uma das encostas. Autoridades alertam para risco de novas erupções.

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Centro de evacuação em La Carlota City, Negros Occidental, um dia depois da erupção erupção do vulcão no Monte Kanlaon ARNOLD ALMACEN / EPA
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Lavagem das ruas depois da erupção na cidade de Bago ARNOLD ALMACEN / EPA
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Cerca de 87 mil pessoas foram retiradas de aldeias no centro das Filipinas, um dia depois de uma curta erupção do vulcão no Monte Kanlaon, que obrigou ao cancelamento de pelo menos sete voos.

Uma erupção de quatro minutos, na segunda-feira, lançou uma coluna de cinzas de quatro quilómetros de altura, enquanto uma mistura de lava quente, gás e rocha vulcânica desceu pela encosta no flanco sudeste do vulcão, disseram as autoridades locais, alertando para o risco de novas erupções.

As cinzas vulcânicas caíram numa ampla área, incluindo a província de Antique, a mais de 200 quilómetros a oeste do vulcão, obscurecendo a visibilidade e representando riscos para a saúde, disse o director do Instituto de Vulcanologia e Sismologia das Filipinas, Teresito Bacolcol.

Pelo menos seis voos domésticos e um voo com destino a Singapura foram cancelados e dois voos locais foram desviados na região na segunda e nesta terça-feira, devido à erupção do Kanlaon, disse a Autoridade de Aviação Civil das Filipinas.

A população estava a ser retirada das povoações mais próximas das encostas oeste e sul de Kanlaon. Em La Castellana, em Negros Occidental, quase 47 mil pessoas tiveram de ser retiradas de uma zona de perigo de seis quilómetros em torno do vulcão, disse a Protecção Civil.

Mais de seis mil pessoas foram transferidas para centros de acolhimento, enquanto outras temporariamente realojadas em casas de familiares em La Castellana esta manhã (hora local), disse a autarca, Rhumyla Mangilimutan.

O Presidente filipino, Ferdinand Marcos Jr., disse que as autoridades estavam prontas para prestar apoio a um grande número de residentes deslocados e que o secretário do Bem-estar Social voou esta manhã para a região afectada.

O Instituto de Vulcanologia e Sismologia das Filipinas estava a analisar a qualidade do ar devido ao risco de contaminação por gases vulcânicos tóxicos que podem exigir a evacuação de mais áreas. As autoridades também encerraram escolas e impuseram um recolher obrigatório nocturno nas zonas mais vulneráveis.

O Monte Kanlaon, localizado na ilha de Negros, a 2400 metros acima do nível do mar, é um dos 24 vulcões mais activos do arquipélago. Vídeos publicados nas redes sociais por moradores mostraram uma massa de fumo em forma de couve-flor a sair da cratera.

Em Setembro, centenas de residentes da zona foram retirados depois de o Monte Kanlaon ter expelido milhares de toneladas de gás tóxico num dia. O Kanlaon entrou em erupção mais de 40 vezes desde 1866, de acordo com os registos do Instituto de Vulcanologia. Em 1996, três caminhantes foram mortos por cinzas expelidas pelo vulcão.

Localizadas no chamado Anel de Fogo do Pacífico, uma região de intensa actividade sísmica e vulcânica, as Filipinas são atingidas por cerca de 20 tufões e tempestades por ano e estão entre os países que mais catástrofes naturais registam.